SE FOI PRA DESFAZER, POR QUE É QUE FEZ?

Reintegração de Felipe Melo prova fraqueza da diretoria do Palmeiras e manda recado a Cuca

“Para finalizar, e também para que vocês não digam que fiquei ‘em cima do muro’, deixo aqui a minha opinião: sou uma pessoa que sempre procura encontrar no diálogo a forma de resolver pendências. Desta forma, creio que uma conversa franca entre Cuca, Alexandre Mattos, Felipe Mello e os líderes do grupo (Prass, Dracena e Zé) poderia fazer com que o atleta baixasse um pouco a adrenalina e tentasse se adequar à forma de agir que todos dele esperam enquanto jogador do Palmeiras. Por sempre gerar um clima que nem de longe pode ser considerado sadio, a demissão (ou mesmo o afastamento) é a última das ações que devem ser tomadas para que um empregado saiba exatamente qual é o seu lugar dentro de uma equipe de trabalho”.

O parágrafo acima encerrou a matéria “Felipe Melo: a verdade por trás dos fatos”, escrita por mim neste site em 31.07 último (http://www.senhorpalmeiras.com.br/web/wp-admin/post.php?post=24848&action=edit). Fiz questão de abrir este texto com as apalavras que utilizei para finalizar aquele a fim de que não passasse a você, internauta amigo, uma imagem de que mudei de opinião sobre toda esta situação. Dito isso, vamos ao que penso deste retorno do jogador ao grupo após contatos que mantive durante todo o último fim de semana.

1 – Tal reintegração só se deu porque os advogados do clube alertaram o presidente Maurício Galliote que, se levasse o caso à Justiça, Felipe Melo teria enormes chances de ganhar. A decisão de afastá-lo do convívio dos demais atletas, obrigando-o a treinar em horários diferentes caracteriza, sim, assédio moral, o que poderia fazer com que o Palmeiras não apenas fosse obrigado a pagar toda a rescisão contratual como também até mesmo uma multa ao “Ousado”.

2 – Nem Alexandre Mattos e muito menos Cuca queria o retorno de Felipe Melo. Porém, ambos são empregados do Palmeiras e hierarquicamente estão abaixo do presidente. Portanto, foram obrigados a literalmente engolir a volta do cabeça-de-área.

3 – No grupo de jogadores, a posição foi idêntica à de quando se deu o afastamento. Naquela oportunidade, nenhum atleta saiu em defesa de Felipe Melo, da mesma forma que, agora, nenhum se posicionou contrário ao se retorno. A neutralidade foi o sentimento que prevaleceu, embora seja claro que jogadores como Egídio e Borja (este quando retornar da Seleção Colombiana, amanhã) ficarão em uma situação mais delicada.

4 – Não é impossível que Felipe Melo volte a ser relacionado para uma partida, sobretudo entre os reservas, mas isso também não é, neste momento, nem um pouco provável. Cuca foi obrigado a aceitá-lo no grupo, mas em nenhum momento será obrigado a o colocar em campo. Assim, as maiores chances são de que o “Pitbull”, pelo menos por ora, se limite a apenas fazer parte do grupo. Aliás, o treinador chegou a pensar em se demitir, mas depois percebeu que tal decisão seria uma vitória ao jogador, e por isso decidiu permanecer.

5 – A reintegração de Felipe Melo escancara a fraqueza da atual diretoria do Palmeiras, que não soube lidar com o problema quando ele se deu, tomou uma precipitada decisão ao afastá-lo (talvez certa de que vários seriam os clubes que se interessariam pelo atleta) e, agora, teve de colocar o rabinho entre as pernas a fim de evitar um vexame, talvez ainda maior, na esfera judicial. Além disso, deixa um recado muito claro a Cuca: você perdeu.

Por fim, toda esta história me fez lembrar versos da canção “Cotidiano n°2”, de Toquinho e Vinícius de Moraes, que diz: “Às vezes quero crer, mas não consigo: é tudo uma total insensatez. Aí, pergunto a Deus: ‘Escute, amigo – se foi pra desfazer, por que é que fez?’.”

14 Responses to SE FOI PRA DESFAZER, POR QUE É QUE FEZ?

  1. Não mudo de opinião.
    Ano PERDIDO !
    O Problema não é só o Felipe Mello !
    Mas tem que se fazer uma análise profunda em todo o elenco !
    Caso contrario em 2.018 mesmo com todo o dinheiro astronômico arrecadado com programa de sócio torcedor, venda de ingressos, cota de televisão, venda de produtos, maior patrocínio de camisa da America do Sul, etc, vamos continuar lendo e ouvindo a LADAINHA que o Palmeiras tem que obter uma vaga pra Libertadores da America de ……. 2.019 !

  2. Ah seu eu fosse o treinador, esse cidadão ia passar apertado comigo o resto do contrato dele, fora que não iria jogar nenhuma partida.
    Mas convenhamos né Márcio que diretoria frouxa. abraços.

    • Márcio Trevisan

      Então, Maciel, foi o que e falei: o atual presidente não tem a metade da personalidade do anterior.

      Abs.

  3. Júnior Colletti

    Márcio, boa tarde!

    Quero discordar sobre o Cuca ter perdido essa briga. Eu não vejo assim. Jogadores são mimados, fato! Mas, os caras não são bobos, sabem que o FM não fez falta nestas semanas e que Cuca continua sendo o cara a trabalhar o elenco ao qual pertencem. E, pelo bem ou pelo mal, também sabem que Cuca não exitará em afastar quem quer que seja do elenco.

    Em contrapartida, penso que o FM ponde continuar causando problemas com suas declarações desastrosas e arrogância sem medidas. Criando “panelinhas” e tal com os jogadores mais vulneráveis, a saber, os eternos reservas…

    Só não entendi o paralelo que você fez neste caso do FM com o Egídio e o Borja. Desculpe a ignorância, mas, poderia explicar, por favor?

    Grande abraço!

  4. Marcio, boa tarde,

    Esse cara não merece vestir o nosso manto sagrado. Em qualquer empresa, o funcionário que ofende o superior hierárquico como ele fez com o Cuca, inclusive fazendo-o através de vídeo para que todos soubesse da sua opinião, seria mandado embora por justa causa na mesma hora, mas, parece que o depto. jurídico do Palmeiras não sabe disso.

    Se eu fosse o Cuca pediria imediatamente para sair, porque conviver com esse sujeito é impossível, pois, daqui a pouco ele apronta outra. Enfim, voltamos a ter um presidente “banana”

    • Márcio Trevisan

      Gleimar: contratos de jogadores de futebol, mesmo quando regidos pela CLT, não são iguais aos demais, como vc citou.

      O Palmeiras não poderia, simplesmente, demiti-lo por justa causa pois, além da carteira de trabalho, há também o contrato de direitos de imagem.

      E é aí que os clubes dançam nas mãos de jogadores.

      Não gostou? Nem eu. Então, vamos juntos reclamar com o Pelé, que foi quem criou esta situação.

      Abs.

  5. Me recuso a comentar qualquer coisa sobre esse jogador. Não suporto nem olhar pra cara dele. Quando aparece na TV mudo de canal na hora. Infelizmente não pensaram antes de contratar e agora vamos ter que aguentar esse mico até o fim do contrato.

    Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Ed: até o fim do contrato, talvez não.

      Mas pelo menos até o fim do ano, com certeza.

      De qualquer forma, se ele quiser jogar, não é mau jogador – aliás, é melhor do que Bruno Henrique e Thiago Santos.

      Abs.

  6. PAULO SERGIO

    Caro Marcio creio que foi bom para o grupo esse afastamento.Isso coloca todos atletas numa mesma posição.Independente de fama, cartaz, idolatria , ninguém pode ficar imune a punições.
    Provou também ao F.M. que deve baixar a bola, e diferentemente do que afirmou quando do seu afastamento, nenhuma proposta chegou ao jogador.Nem de fora( creio que seu ciclo se encerrou) e nem a clubes brasileiros, pois não fez as sete partidas para impedir transferência.
    Um banquinho ou até mesmo fora da relação de convocados.

  7. Antonio Manara

    Bom dia Marcio, eu penso ser uma faca de dois gumes essa tentativa do Felipe Melo de evitar sua aposentadoria julgado por ele antecipada. Foi reintegrado oficialmente, porém moralmente não, pela diretoria, comissão técnica e elenco onde com certeza ficará isolado.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Manara.

      Entendo seu modo de pensar, mas pense também com a cabeça dele: o cara foi afastado e tinha certeza absoluta de que vários clubes brasileiros e do exterior o procurariam – e não apareceu nenhum.

      Ou seja: melhor ele tentar uma recolocação no grupo, depois um lugar no time e, aí sim, ter mais chances de conseguir uma transferência.

      Foi por isso que ele agiu como agiu.

      Abs.

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