CAP. 73 – O REI DA CIDADE

Em nosso mais recente encontro, lembramos que o Palmeiras passou longe do título estadual em 1945 e 1946. Isso, porém, não significa dizer que nossa equipe não tenha seguido a sina de vencedora em âmbito municipal.

Explicando: entre 1942 e 1952, a Federação Paulista de Futebol promoveu um interessante torneio de abertura de temporada. Nele, disputavam o título os três primeiros colocados do Campeonato Paulista do ano anterior. Estas equipes travavam, assim, duelos sensacionais, pois em apenas dois jogos já se poderia começar o ano com a faixa de campeã.

Embora tivesse participado das três primeiras edições da competição, batizada de Taça Cidade de São Paulo, o Palmeiras somente conseguiu seu primeiro título em 1945. Campeão paulista do ano anterior, o Verdão mediu forças com o São Paulo, vice-campeão, e o Corinthians, que terminara em terceiro lugar.

Logo na estreia, tivemos uma partida equilibradíssima contra o Tricolor, que na época tinha um time repleto de craques. A prova das dificuldades que encontramos naquele 11 de março foi que o gol da vitória palmeirense por 1 a 0, marcado pelo argentino González, só aconteceu a poucos minutos do fim do clássico.

Os dois pontos que o time somou já o deixavam próximo ao título, mas para que ele ficasse ainda mais perto o ideal seria que nossos dois adversários empatassem na segunda rodada. E não é que são-paulinos e corintianos, embora disputassem um jogo emocionante, ficaram mesmo iguais? O histórico placar de 4 a 4 do dia 14 de março colocou o Verdão a um empate da taça, já que o alvinegro somara apenas um ponto.

Em um Pacaembu lotado, o Corinthians ficou bem perto do título até os 28 minutos do segundo tempo, quando, de novo, González – o herói daquela conquista – empatou o derby e garantiu, com o 1 a 1 no final, a primeira das quatro Taças Cidade de São Paulo de nossa história. Anos mais tarde, o torneio voltou a ser disputado, mas sem o glamour de sua primeira versão.

A Taça Cidade de São Paulo

Como quem pareceu ter pegado gosto pela coisa, eis que logo na edição seguinte – e novamente contra seus dois principais rivais – o Palmeiras chegou ao bicampeonato da Taça São Paulo. Logo na estreia da competição, goleamos implacavelmente o Corinthians por 4 a 1, com direito a show de Lima, o “Garoto de Ouro”, que marcou três gols – o outro foi de González (sempre ele!). No confronto entre alvinegros e tricolores, melhor para estes, que venceram por 3 a 2 e chegaram ao “Choque-Rei” em igualdades de condições.

Isso até que a partida começasse, claro, pois bastou muito pouco tempo para o Verdão se impor e abrir uma boa vantagem no placar. Os 2 a 0 que obteve – com gols de Lima, aos 4 minutos, e de Mantovani, aos 8 –, praticamente determinaram a sorte da partida. Claro que o São Paulo, dono de um verdadeiro esquadrão – sua linha média, formada por Rui, Bauer e Noronha, é considerada a melhor de toda a história do futebol brasileiro – tentou o quanto pôde reverter a situação, mas quando conseguiu seu único gol, através do magnífico Sastre, já era tarde demais.

Poucos minutos depois, João Etzel Filho apitou o fim da partida e a volta olímpica, mais uma vez, foi dada pelos homens de verde e branco.

Se este historiador então já tivesse nascido, teria ficado muito, mas muito feliz.  

ATENÇÃO: ESTA É UMA OBRA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL, SENDO PROIBIDA SUA DIVULGAÇÃO TOTAL OU MESMO PARCIAL SEM A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO AUTOR. OS INFRATORES SERÃO RESPONSABILIZADOS CRIMINALMENTE.

Para ler os capítulos anteriores, clique aqui.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

*

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>