Com o término do Campeonato Paulista nos primeiros dias de setembro de 1926, abriu-se uma grande lacuna no calendário futebolístico regional. Tal espaço foi, em sua maioria, ocupado por amistosos, e o Palestra Itália não perdeu a oportunidade de comemorar a conquista de seu segundo título estadual sapecando sobre a Seleção Gaúcha, no jogo das faixas, uma sonora goleada (6 a 0, em 12 de outubro daquele ano).
Porém, havia mesmo muito tempo pela frente até as Festas Natalinas e, pior, mais ainda até que chegassem as férias dos jogadores, marcadas para o período entre 21 de fevereiro e 15 de março de 1927. Por isso, a Associação Paulista de Esportes Atléticos resolveu organizar um torneio que, à primeira vista, nada mais era do que um tapa-buraco, mas que acabou ganhando status e importância devido ao nome que recebeu: Campeonato Paulista-Extra.
Nem todas as equipes se interessaram em disputá-lo, já que a realização de partidas-exibição pelo Interior muitas vezes gerava mais recursos e, sempre, muito menos gastos, pois normalmente as despesas de transporte e alimentação eram pagas pelo time anfitrião. Por isso, a Imprensa desdenhou a competição, dando muito pouca importância ao que chamou de “torneio amistoso”. O Verdão, porém, deu de ombros à tal postura dos jornalistas esportivos e, inteligentemente, aceitou o convite da APEA.
Foram apenas quatro partidas (uma em 1926 e as outras três no ano seguinte), mas os palestrinos – dirigidos por Ramón Platero – venceram todas -5 a 3 na A. A. São Bento, 4 a 2 no Sílex, 6 a 3 na Portuguesa Desp. e 1 a 0 no Sírio, gol de Amílcar (foto acima), garantindo com este resultado a conquista do título.
Confira a ficha técnica do jogo que garantiu aos palestrinos mais uma faixa de campeão:
Campeonato Paulista/1926 (Extra)
Jogo: Palestra Itália 1 x 0 Sírio/SP
Data: 14/02/1927 - Horário: 16h00
Local: Estádio do Parque Antarctica,em São Paulo/SP
Árbitro: Caetano de Domenico
Gol: Amílcar aos 13 minutos do segundo tempo.
Equipes
Palestra Itália – Primo; Bianco e Pepe; Xingo, Amílcar e Serafini; Tedesco, Miguelzinho, Heitor, Carazzo e Perillo.
Sírio – Athiê; Raphael e Giby; Feliciano, Milanesi e Artur; Bizoca, Caetano, Pedro, Alvariza e Mamá.
Mas um outro jogo disputado naquele período de entressafra foi bastante importante para a história do Palestra Itália.
Desde aquela época, já havia uma grande rivalidade entre paulistas e guanabarinos (hoje conhecido por cariocas), ambos se auto-proclamando os melhores na prática do futebolem nosso País. Contudo, ainda não havia um torneio que reunisse equipes de ambos os Estados, o que dificultava a decisão da questão.
Por isso, as entidades que organizavam os dois campeonatos regionais decidiram colocar frente a frente seus campeões, que disputariam em dois jogos muito mais do que apenas uma nova taça: o que estaria em jogo era a supremacia no futebol brasileiro. O Palestra Itália, campeão paulista, desta forma mediu forças com o São Cristóvão/RJ, vencedor do torneio da Guanabara.
A história destes dois jogos será o tema principal do nosso próximo encontro. Estarei esperando por vocês.
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