Palmeiras vence o Grêmio/RS, mas sonho do tri e do trideca segue distante
Meus amigos.
Todos vocês me conhecem bem e sabem que nunca, em hipótese alguma, escrevo algo em que não acredito, e é justamente por isso que decidi dar a esta crônica pós-jogo o título acima. Aproveitando-me do verso inserido na canção eternizada pela inesquecível D. Ivone Lara, creio ter deixando bem clara a atual situação do Palmeiras neste Brasileirão.
As chances de o vencermos pela 13ª vez na história e a pela 3ª seguida ainda existem, claro, mas nem mesmo a vitória – aliás, inquestionável – que obtivemos nesta noite diante do Grêmio/RS nos deixa mais próximos de tais façanhas. Isso só acontecerá quando – e se – o líder momentâneo da competição tropeçar na mesma proporção que tropeçamos nas últimas rodadas, algo que não parece nem um pouco provável. Claro que teremos a oportunidade de o superarmos no jogo do próximo dia 26, mas tal feito só terá eficácia se, até lá, a distância entre nós e o Botafogo/RJ ainda puder ser superada.
Por tudo isso, creio que mais importante do que a soma destes três pontos foi a forma como o Verdão os obteve. Não fosse aquela que talvez tenha sido a melhor atuação de Marchesín em toda a sua carreira, o placar final teria sido uma goleada histórica, construída sobretudo no segundo tempo. Milagres do goleiro gremista, duas bolas nas traves e inacreditáveis oportunidades – algumas delas de dentro da pequena área – mais uma vez desperdiçadas acabaram resultando no placar mínimo. Contudo, para que tudo isso acontecesse, foi necessário que nossos jogadores fizessem por onde. Ou seja: o time sabia muito bem qual seria o único resultado que serviria para nos manter vivos, e lutou arduamente – com defeitos e acertos, é fato, mas ainda assim com elogiável empenho, para obtê-lo.
Dizem que o “se” não joga, é verdade. Mas se repetir nos cinco próximos (e últimos) jogos a mesma vontade que que mostrou hoje, o sonho ao qual me referi acima não fique – quem sabe? – tão longe assim.
WEVERTON – 5
REGULAR
Não fez uma só defesa em toda a partida. A única bola que chegaria perigosamente a seu gol foi brilhantemente interceptada por Murilo.
MARCOS ROCHA – 5
REGULAR
Começo mal, sobretudo no aspecto defensivo. Recuperou-se um pouco na etapa final, ajudando também como zagueiro.
GUSTAVO GÓMEZ – 5,5
SATISFATÓRIO
Teria nota e avaliação bem superiores, pois foi perfeito no jogo aéreo e ganhou todas as disputas que teve. Mas, mesmo sendo zagueiro, não poderia ter perdido a chance claríssima que teve dentro da pequena área.
MURILO – 6,5
MUITO BOM
Evitou um gol certo do Grêmio/RS no primeiro tempo. Além disso, iniciou algumas jogadas ofensivas e apareceu na área adversária para cabecear.
CAIO PAULISTA – 4,5
RUIM
Até reconheço que não se esconde e tenta acertar, mas infelizmente tem muitas limitações defensivas. Nas poucas vezes em que o time gaúcho nos deu trabalho, foi pelo seu setor. Sua substituição foi corretíssima.
ANÍBAL MORENO – 7
ÓTIMO
O Palmeiras deve muito da vitória de hoje a este rapaz, que foi o único homem de marcação em nosso meio-campo até os 31 minutos do segundo tempo, quando Ríos entrou. E, além de marcar muito bem, ainda por cima ajudou, sempre que foi possível, na condução da bola ao ataque.
MAURÍCIO – 6
BOM
Teve uma boa atuação, sobretudo no primeiro tempo (quando o restante do time não foi bem). Fez um golaço, mas infelizmente em impedimento e, por isso, corretamente anulado. Só errou em alguns passes.
RAPHAEL VEIGA – 6
BOM
Claro que sempre se espera mais de quem pode entregar mais, exatamente o seu caso. Mas hoje foi bastante participativo, deu bons toques, fez boas jogadas individuais. Pena ter perdido mais uma grande chance de frente para o gol.
ESTÊVÃO – 7,5
ÓTIMO
Mais uma vez foi o melhor do Palmeiras. Na etapa inicial, é verdade, pareceu disperso e errou quase tudo o que tentou. Mas, na etapa final, conduziu o time à vitória não apenas marcando o gol, mas também acertando a trave, obrigando Marchesin a brilhar e deixando Zé Rafael na cara do gol para “matar” o jogo, algo que ele conseguiu. Pena ter exagerado na comemoração, recebido o terceiro amarelo e, assim, se tornar desfalque no jogo contra o Bahia/BA, no próximo dia 20.
RONY - 5
REGULAR
Voltou ao time titular menos por mérito próprio e mais pela péssima fase por que passa Flaco López. Não conseguiu produzir nada de especial e foi corretamente substituído pelo argentino.
FELIPE ÂNDERSON – 6
BOM
Quase não acreditei que ele foi mantido entre os titulares após sua atuação no derby. Mas minha surpresa ainda maior foi que, desta vez, até que foi bem. Acertou o travessão no primeiro tempo, ajudou na marcação pelo lado esquerdo e, na etapa final, deu bons toques após boas jogadas individuais. Só que continua com medo de finalizar e, mesmo quando se encontra em boas condições para tanto, procura outro companheiro.
ABEL FERREIRA – 6,5
MUITO BOM
Após algumas atuações bastante criticáveis, nesta sexta-feira nosso treinador foi muito bem. Na verdade, seu único erro ao meu ver foi ter mantido Felipe Ânderson com o titular, já que o cara parece não estar muito a fim de se doar em campo. Mas como ele acabou jogando bem, tal falha acabou sendo menos grave do que poderia.
No mais, Abel Ferreira acertou ao ser ousado e escalar apenas um jogador de marcação – Aníbal Moreno – em nosso meio-campo. Isso deixou o time um pouco mais exposto, é verdade, mas como precisávamos vencer a qualquer custo a presença de dois meias de armação (Maurício e Raphael Veiga) seria essencial. Ele também acertou ao dar mais uma oportunidade a Rony no comando do ataque, já que Flaco vive má fase, e, claro, promover a volta de Murilo ao time titular no lugar de Vítor Reis.
Mas o portuga se destacou, mesmo, nas substituições que promoveu e, principalmente, por não ter demorado a promovê-las. Refiro-me sobretudo às entradas de Dudu, que deu mais poder de fogo ao lado esquerdo do ataque, e da improvisação consciente de Mayke na lateral esquerda, algo que deu maior segurança à marcação no setor.
Mas talvez seu melhor ponto hoje foi o fato de, na coletiva, não ter ofendido nenhum jornalista e nem ter sido arrogante como quase sempre é.
MAYKE – 6
BOM
Após a lambança que fez no jogo contra o Fortaleza/CE, que o fez perder o lugar no time e não disputar o derby, hoje foi muito útil por atuar improvisado na lateral esquerda a partir dos 18 minutos do segundo tempo. Não apoiou, claro, mas deu maior segurança defensiva ao setor.
FLACO LÓPEZ – 5
REGULAR
Entrou no lugar de Rony e fez o mesmo que ele – ou seja, nada demais.
RICHARD RÍOS – 5,5
SATISFATÓRIO
Sua entrada no lugar de Maurício foi um grande acerto do nosso treinador, pois então já vencíamos e não precisávamos de dois meias de armação. e em seu primeiro lance quase fez um lindo gol de fora da área, algo que só não aconteceu devido a mais uma dos milagres de Marchesín. No fim, inteligente, forçou o terceiro amarelo porque não teria como voltar a tempo do jogo contra o Bahia/BA.
DUDU – 6
BOM
Ainda está longe, mas muito longe daquele jogador que todos conhecemos. Mas, aos poucos, vem melhorando, e hoje foi fundamental à nossa vitória porque de seus pés saiu o chute que culminou no gol de Estêvão.
ZÉ RAFAEL – 4,5
RUIM
Só entrou porque Veiga sentiu um desconforto muscular. E conseguiu perder o que seria nosso segundo gol após receber um lindo passe de Estêvão.
FOTOS: CESAR GRECO/AG.PALMEIRAS
09/11/2024 at 16:00
Boa tarde caro Trevisan, concordo com sua boa crônica, mais se lutarmos até o final da competição com a garra do jogo contra o Grêmio, e ainda acreditar, lógico que o Botafogo está melhor e torcer por algum tropeço do mesmo.
Abraço.
10/11/2024 at 1:42
Olá, Alfano.
Agradeço o elogio.
Bem, o primeiro tropeço dos caras já aconteceu neste sábado. Ainda é pouco, pois seguem dependendo apenas deles, mas é claro que nossas chances aumentaram um pouquinho.
O problema, meu amigo, é que o Palmeiras não pode mais errar, ou seja: tem de vencer os próximos cinco jogos se quiser ter chance de ser campeão. E o pior é que o primeiro deles é complicadíssimo: contra o Bahia/BA, fora de casa. E sem Estêvão.
Vai ser duro.
Abs.
09/11/2024 at 11:42
Querido Márcio, não sei se concorda comigo, mas sinto que essa inconstância de nosso meio de campo passa pela queda absurda de rendimento ( faz tempo!) do querido Zé Rafael, tem idéia se é algum problema particular, físico,atrito com o Abel?
Forte abraço, Heitor
10/11/2024 at 1:40
Olá, Heitor.
Zé Rafael não caiu de rendimento – despencou dele.
Na verdade, após a contusão ele nunca mais foi o mesmo, e não tenho nenhuma informação de que exista algum problema entre ele e Abel.
Assim, só restam duas opções: alguma questão particular ou, então, o natural declínio técnico que, sabemos, acontece com quase todos os jogadores.
Agora que você voltou, espero que continue sempre por aqui.
Abs.