O PRIMEIRO GOL A GENTE NUNCA ESQUECE

Na estreia como titular, Estêvão brilha em vitória do Palmeiras na Libertadores

Meus amigos.

Todos nós, em nossas carreiras, já tivemos um começo e, com ele, toda a ansiedade, todo o temor e todos os erros que se cometem nas primeiras oportunidades que temos na vida profissional. Então, imaginem viver tudo isso com apenas 16 anos, em público, com milhões de pessoas assistindo pela TV e vestindo a camisa de um dos maiores clubes do mundo. 

Pois é: a jornada de Estêvão estava longe, muito longe de ser fácil. Mas não é que o garoto deu mais do que conta do recado? Hoje, na Arena Palestra Itália, em nenhum momento ele se deixou intimidar por qualquer das dificuldades citadas no parágrafo acima e, mesmo estreando como titular, foi um dos melhores jogadores em campo.

Além do inegável talento que possui, esta joia da base palmeirense mostrou uma personalidade invejável. Mesmo quando errou lances individuais, não se deixou abater – levantou a cabeça, tentou mais uma vez, e outra, e outra… E o resultado foi não apenas o gol que marcou (de cabeça!) após perfeito cruzamento de Veiga mas, também, a prova de que, mesmo que para alguns ainda não esteja totalmente pronto para ocupar o lugar de destaque, para todos está com certeza no caminho certo.

Seus marcadores do Liverpool/URU que o digam.

WEVERTON – 5
REGULAR

O gol que tomou não pode ser considerado uma falha, já que a bola veio com muita velocidade e ainda quicou à sua frente. Mas poderia ter espalmado mais para o lado e menos para o meio da área. 

MARCOS ROCHA – 5
REGULAR

Toda vez que precisa marcar algum jogador mais agudo pelo seu setor sofre e nos faz sofrer. 

GUSTAVO GÓMEZ – 5,5
SATISFATÓRIO

Ainda está voltando ao seu ritmo habitual. Hoje, uma atuação sem maiores sustos. E ainda fez um gol, mas estava impedido.

MURILO – 6,5
MUITO BOM

Cometeu um erro que poderia ter nos causado mais um gol, mas fez a falta e evitou o pior. Na etapa final, melhorou muito tanto na saída de bola quanto no jogo aéreo.

PIQUEREZ – 6
BOM

Bastante participativo, tanto defensiva quanto ofensivamente. Faltou apenas um pouco mais de cruzamentos à área.

ANÍBAL MORENO – 6,5
MUITO BOM

O amigo aí de cima disputou hoje sua 19ª partida pelo Palmeiras e marcou seu terceiro gol. Detalhe: é volante de marcação, o que antigamente se chamava de “cabeça-de-área”. Uma das melhores contratações que a atual gestão realizou.

RICHARD RÍOS – 6
BOM

Seus erros são tão repetitivos que chegam a dar raiva. Hoje, porém, os compensou com muita entrega e bastante presença na intermediária ofensiva.

RAPHAEL VEIGA  – 7,5
ÓTIMO

Está longe, bem longe daquele jogador que conhecemos. Contudo, sua bola parada segue tendo enorme qualidade. De seus pés saíram “apenas” os três gols que o time marcou.

ESTÊVÃO – 7,5
ÓTIMO

Marcar um gol logo no primeiro jogo como titular já é algo sensacional. Imagine, então, marcar um gol com menos de 17 anos e em uma partida internacional. Mas ele não se limitou a isso: mostrou personalidade, partiu pra cima dos uruguaios, acertou e errou jogadas, enfim, foi – ao lado de Veiga – o melhor jogador em campo. Que continue assim!

FLACO LÓPEZ – 6,5
MUITO BOM

Não teve uma atuação de gala, mas ajudou bastante o time em todas as jogadas ofensivas. Poderia ter sido menos individualista, é verdade, mas acabou mostrando oportunismo e balançando as redes mais uma vez. 

LUÍS GUILHERME – 7
ÓTIMO

Sem dúvida alguma a melhor partida que já fez pelo time de cima. Ágil, habilidoso, rápido, levou à loucura seus marcadores. E ainda deu uma enorme força a Piquerez na marcação. Sua saída no intervalo foi, em minha opinião, um erro de Abel Ferreira.

ABEL FERREIRA – 6
BOM

Nosso treinador teve um bom trabalho nesta noite, mas poderia ter sido ainda melhor.

Em minha opinião, acertou ao mandar a campo o time no 4-3-3, pois o Palmeiras precisava vencer o jogo e, sem a presença de Zé Rafael, o time não poderia abrir mão de dois zagueiros e um volante de marcação à frente da zaga. Além disso, optou por dois jovens talentos pelas pontas (Estêvão pela direita e Luís Guilherme pela esquerda) e, com isso, deixou a equipe mais veloz e também com muita qualidade.

Claro que o gol-relâmpago marcado pelo LIverpool/URU meio que quebrou as pernas não só do portuga, mas também de todos os jogadores. Levar uma bola nas redes com apenas dois minutos de jogo é exatamente a mesma coisa que começar uma partida perdendo por 1 a 0. Isso faz com que todos precisem se doar ainda mais para reverter o placar o quanto antes.

O problema é que durante todo o primeiro tempo o Verdão não soube exatamente como fazer isso. Precipitado, afobado e apressado, exagerou das ligações diretas, não trabalhou a bola como sabemos que pode e, o que foi ainda muito pior, deu espaços à vontade para os contra-ataques uruguaios. Ainda bem que os caras, embora muito rápidos e até certo ponto habilidosos, são fracos nas finalizações. Abel Ferreira entrou em ação no intervalo, já com o placar empatado graças, claro, a uma bola parada (não teria, mesmo, como ser de outra forma). Aí, acalmou os jogadores, fê-los entender que rapidez nada tem a ver com pressa ou afobação ou precipitação e, desta forma, rapidamente viramos o jogo e garantimos a vitória em apenas 21 minutos.

Mas eu disse que ele poderia ter sido melhor. Pois bem: embora tenha explicado a saída de Luís Guilherme no intervalo porque precisava de um jogador mais próximo a Flaco López (no caso, Rony), ele tirou de campo aquele que, até então, vinha sendo nosso melhor jogador. E quando você saca um jovem que, enfim, consegue jogar o futebol que dele todos esperam, isso pode fazer com que ele se desanime e caia de rendimento outra vez.

De qualquer forma, a verdade é que se o português tem lá as suas manias, suas teimosias e seus erros, graças a Deus seu talento, seu trabalho e seus acertos são em muito maior número.

MAYKE – 5
REGULAR

Entrou mais para dar uma força a Marcos Rocha na marcação do que para ser uma opção ofensiva pela direita. Não comprometeu.

RONY – 5,5
SATISFATÓRIO

Agitou bastante, deu trabalho aos zagueiros do Liverpool/URU e quase fez um golaço. Valeu.

GABRIEL MENINO – 5
REGULAR

Só foi a campo porque Moreno estava “amarelado” e corria o risco de ser expulso. Fez o simples. 

ENDRICK – 5,5
SATISFATÓRIO

Poupado sabe-se lá por quê (afinal, em breve deixará o clube para jogar a Copa América e, em seguida, se apresentará ao seu novo clube), entrou no final só para satisfazer a torcida. E mesmo com pouco tempo em campo (foram apenas 16 minutos), teve um ou dois lances de qualidade.

VANDERLAN – 5,5
SATISFATÓRIO

Também jogou pouco, mas mostrou arrojo indo bastante ao ataque. No fim, quase deu um passe certeiro para Endrick.

FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

2 Responses to O PRIMEIRO GOL A GENTE NUNCA ESQUECE

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, de virada é mais gostoso, e olha que personalidade esse menino jogou, parabéns Estêvão, mais uma cria da nossa boa base.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Vc disse muito bem: a personalidade que ele mostrou me chamou mais a atenção do que o próprio talento que Estêvão tem.

      Tomara que siga nesta mesma caminhada e que fique conosco por muito tempo.

      Abs.

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