CADA UM COM O SEU 7 x 1

 Palmeiras disputa oitava decisão por pênaltis sob o comando de Abel Ferreira. E perde a sétima.

Meus amigos.

10.02.2021 – Mundial de Clubes: Al Ahly/EGI 3 x 2 Palmeiras.
11.04.2021 – Supercopa do Brasil: Flamengo/RJ 6 x 5 Palmeiras.
14.04.2021 – Recopa Sul-Americana: Palmeiras 3 x 4 Defensa y Justicia/ARG
09.06.2021 – Copa do Brasil: Palmeiras 3 x 4 CRB/AL
14.07.2022 – Copa do Brasil: Palmeiras 3 x 4 São Paulo/SP
10.08.2022 – Copa Libertadores: Palmeiras 6 x 5 Atlético/MG
05.10.2023 – Copa Libertadores: Palmeiras 2 x 4 Boca Juniors/ARG
04.02.2024 – Supercopa do Brasil: Palmeiras 2 x 4 São Paulo/SP

Estas foram as oito disputas de pênaltis que o Verdão teve desde que Abel Ferreira assumiu o comando da equipe. Não sei se vocês repararam, mas nosso time conseguiu perder sete delas. Agora, me digam: vocês acham que isso é apenas uma coincidência? Ser derrotado em 87.5% das vezes neste tipo de disputa e, por vezes, para times medíocres como CRB/AL ou Defensa y Justicia/ARG (e dentro de casa!), é apenas uma questão do acaso?

Obviamente, as respostas às duas perguntas acima são apenas uma: não. É claro que não. O que acontece é que quando um determinado fato começa a se repetir muitas vezes ele passa a contaminar os que nele estão envolvidos. Não teve um único torcedor ou mesmo um único jogador palmeirense que, assim que a partida de hoje terminou, não temeu pelo pior, pois sabia que ele provavelmente viria. Já nossos adversários, seja o de hoje ou os das outras sete vezes, sentem exatamente o contrário: afinal, como quase sempre a gente perde, por que não podemos perder de novo? E aí se enchem de confiança, contando principalmente com o nervosismo dos nossos atletas e com o fato de nosso goleiro, como aconteceu nesta tarde, não conseguir acertar uma única vez pelo menos o canto em que os são-paulinos cobrariam. Só em termos de comparação: o goleiro dos caras acertou três dos quatro cantos, tanto que defendeu duas cobranças e quase pegou a primeira, de Raphael Veiga.

Não sou idiota de responsabilizar nosso treinador pelas derrotas que sofremos nos penais, pois não é ele quem os cobra, mas é claro que falta alguma coisa (ou melhor: muita coisa) neste sentido, e é ele e sua comissão técnica que têm de descobrir onde está o problema e, então, resolvê-lo. E o que é pior: a única competição que disputamos sem que cobranças de penalidades definam o vencedor é o Campeonato Brasileiro. Ou seja: existe uma enorme possibilidade de decidirmos novamente nos pênaltis.

E uma possibilidade maior ainda de perdermos de novo.

WEVERTON – 5,5
SATISFATÓRIO

Fez uma grande defesa no primeiro tempo, quase entregou o ouro na etapa final e, nos pênaltis, embora não tenha obrigação de defender nenhuma cobrança, conseguiu errar os quatro (isso mesmo: os quatro!!!) cantos em que cobraram os são-paulinos.

MARCOS ROCHA – 5
REGULAR

Atuação normal. Jogou como zagueiro pela direita e não teve muito trabalho defensivo.

GUSTAVO GÓMEZ – 6,5
MUITO BOM

O único momento em que Calleri se viu livre de sua marcação foi na cobrança do pênalti. Anulou o centroavante argentino.

MURILO – 5
REGULAR

Foi muito bem, sobretudo no primeiro tempo, com desarmes e lançamentos. Mas perdeu um pênalti e contribuiu para a nossa derrota.

MAYKE – 6,5
MUITO BOM

A menos que tenha sentido alguma contusão ou mesmo cansaço, sua saída foi um erro de Abel, já que foi de seus pés que saíram nossas principais jogadas ofensivas.

RICHARD RÍOS – 5,5
SATISFATÓRIO

Como sempre, protagonizou lances bizarros – como o chute na Lua que deu no segundo tempo – e boas jogadas, sobretudo na marcação e nos desarmes em nosso meio-campo.

ZÉ RAFAEL – 4,5
RUIM

Vinha tendo uma boa atuação até ser, corretamente, advertido com o cartão amarelo. Depois disso, se escondeu em campo com medo de ser expulso. Deveria ter saído bem antes do que apenas aos 37 da etapa final.

RAPHAEL VEIGA  – 5,5
SATISFATÓRIO

Só leva a nota e a avaliação acima porque fez o nosso primeiro gol nos pênaltis. Em campo, foi engolido por Pablo Maia durante toda a partida.

PIQUEREZ – NOTA 4
MUITO RUIM

Pra variar, nenhum cruzamento correto e alguns erros defensivos. Para piorar, ainda perdeu o pênalti decisivo.

RONY – 6,5
MUITO BOM

Lutou bastante, quase fez um lindo gol logo nos primeiros minutos, colocou a bola na cabeça de Veiga na etapa final e ainda voltou para marcar.

FLACO LÓPEZ – 5
REGULAR

Uma atuação como as de quase sempre, sem cheirar e nem feder. Teve uma boa chance no comecinho do segundo tempo, mas não optou por concluir com a perna errada e a desperdiçou. Não creio que seja o substituto ideal para quando Endrick for embora.

ABEL FERREIRA – 4,5
RUIM

Nosso treinador acertou na escolha do esquema tático (o 3-5-2) e também na escalação inicial. Muito embora Aníbal Moreno seja bastante superior a Richard Ríos, foi com o colombiano – e não com o argentino – que a equipe arrancou de forma quase inacreditável rumo ao dodecampeonato brasileiro em 2023. Assim, a única mudança neste sentido foi a presença de Flaco López no lugar de Endrick, cedido pelo Real Madrid/ESP – e não pelo Palmeiras – à Seleção Pré-Olímpica.

O problema é que, ao contrário do que disse na entrevista coletiva, não fomos superiores ao adversário. Em nenhum momento tivemos o domínio das ações, criamos uma sucessão de chances claras de gol ou envolvemos os caras. Aliás, eles também não conseguiram nada disso. A partida foi lenta, modorrenta, com raríssimas oportunidades e com ambas as equipes deixando claro que prefeririam deixar a decisão para os penais. No caso do nosso oponente, até entendo, e já expliquei os motivos no texto de abertura. Só não consegui entender porque Abel Ferreira permitiu que os nossos jogadores também pensassem e agissem assim.

Mais este não foi o único e nem o principal erro do portuga. Seus equívocos começaram na definição dos reservas, deixando de fora o garoto Estêvão. Sei que é um menino de apenas 16 anos, mas se está no time de cima é porque está preparado para jogar, e poderia ter nos ajudado por pelo menos alguns minutos. Nas substituições, com exceção da saída de Flaco López para a entrada de John John, realizada aos 17 minutos, demorou demais parta fazer outras duas – Menino e Moreno só entram aos 37 – e a última, então, foi até um desrespeito a Luís Guilherme, que foi a campo aos 42 minutos. E mais: por que Mayke saiu? Ele era nossa principal arma ofensiva no segundo tempo.

Em síntese, prezado palmeirense: quando se erra muito mais do que se acerta, dificilmente se consegue o resultado de que se precisa.

JHON JHON – 5,5
SATISFATÓRIO

Jogou um pouco mais avançado, quase que como um “falso 9″. E quase fez seu primeiro gol pelo time principal.

ANÍBAL MORENO – 5,5
SATISFATÓRIO

Demorou demais para entrar e melhorar nossa marcação e saída de bola na intermediária. Deu um bom chute de fora da área.

GABRIEL MENINO – 6
BOM

Entrou com personalidade pela direita, fazendo boas jogadas individuais. E também marcou nas cobranças de pênaltis.

LUÍS GUILHERME – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 9 minutos, sem tempo para ser analisado.

FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

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