UMA VITÓRIA DE CADA VEZ

Palmeiras vence jogo importante no Equador, mas classificação na Libertadores ainda está distante

Meus amigos.

Cada campeonato tem um método de disputa correspondente. Quando longo e disputado em pontos corridos, como o Brasileiro, é preciso ter regularidade; se é decidido no popular “mata-mata”, caso da Copa do Brasil, o mais indicado é que o melhor resultado possível seja obtido no primeiro jogo, independentemente se este for em casa ou no campo adversário; se, porém, antes das fases eliminatórias existe uma etapa classificatória, como acontece com o Paulistinha e a Libertadores, então se deve ter uma estratégia para cada partida.

É o que o Palmeiras tem feito. Hoje, por exemplo, sabia que uma vitória sobre o Barcelona/EQU seria, senão essencial, ao menos importantíssima, e por três fatores: o encontro era fora de casa, já havia perdido na estreia e no outro confronto da chave acontecera um resultado inesperado e nada positivo para o seu lado.

Daí que nosso time, já bastante experiente para estes e todos os demais tipos de situação, atuou com inteligência nos primeiros minutos, sabendo suportar a pressão que já se esperava. Além disso,  assim que percebeu que o ímpeto dos equatorianos começava a diminuir, rapidamente assumiu as rédeas da situação e se tornou dono absoluto de todas as ações até o fim do primeiro tempo. Não à toa, chegou ao primeiro gol e só não foi mais além ainda na etapa inicial devido a erros individuais no momentos das conclusões.

No entanto, nada disso se manteve na segunda parte do jogo. Mesmo ampliando sua vantagem logo no primeiro minuto, o Palmeiras exagerou na dose no que disse respeito a jogar apenas nos contra-ataques, permitindo ao adversário não só o domínio da partida como também a criação não de uma, mas der algumas chances claras de gol, com direito a importantes defesas de Weverton e até a uma bola no travessão. Para complicar ainda mais, não teve forças e/ou qualidade para sair com rapidez e pouco incomodou o goleiro adversário até o apito final.

Em resumo, prezado palmeirense: deve o Verdão, sim, pensar cada jogo de forma isolada, mas deve também ter ciência de que a Libertadores é uma competição traiçoeira na qual vacilos como os de hoje em Guayaquil/EQU costumam ser fatais.

WEVERTON – MUITO BOM
NOTA 6,5

Sobretudo no segundo tempo, quando o Barça genérico mais deu trabalho, esteve seguro e praticou três importantes defesas.

MAYKE – REGULAR
NOTA 5

Sua principal qualidade é o apoio e, como hoje praticamente não passou do meio-campo, não conseguiu se destacar. 

GUSTAVO GÓMEZ – ÓTIMO
NOTA 7

Além do gol que marcou (aliás, 0 31º com a nossa camisa), esteve mais uma vez perfeito no jogo aéreo.

MURILO – REGULAR
NOTA 5

Vinha tendo uma atuação tranquila até se machucar aos 26 minutos do primeiro tempo e ser substituído. 

PIQUEREZ – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Nem preciso falar que nas raras vezes em que foi ao ataque não conseguiu uma punica jogada, um único cruzamento. Mas, pelo menos na marcaçaõ esteve razoavelmente bem.

ZÉ RAFAEL -  SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Melhor no primeiro tempo, quando tomou conta de nossa intermediária. Na etapa final, deu espaços demais ao adversário.

GABRIEL MENINO – REGULAR
NOTA 5

Usou e abusou do direito de errar passes fáceis. Mas na marcação até que se saiu bem. 

RAFAEL VEIGA – EXCELENTE
NOTA 8,5

Teve uma atuação (ou melhor: deu um show) digna dos melhores camisas 10 de toda a história do Palmeiras. Criou várias jogadas, deu passes perfeitos, e alguns deles de primeira, e foi o autor do lançamento que resultou no pênalti sofrido por Rony e convertido por ele mesmo. Na etapa final, como se esperavam, se cansou e foi substituído.

ARTUR – RUIM
NOTA 4,5

Reconheço que se esforçou muito e voltou bastante para ajudar na marcação, mas desperdiçou três perigosos contra-ataque que poderiam nos ter garantido uma vitória bem mais tranquila. Precisa parar de errar tantos passes.

RONY – BOM
NOTA 6

Perdeu duas ótimas chances, o que é normal em se tratando de quem se trata. Mas foi essencial no lance do pênalti porque conseguiu ser mais rápido do que o goleiro equatoriano, que estava bem mais próximo da bola.

DUDU – REGULAR
NOTA 5

Uma atuação bem abaixo da que teve, por exemplo, no último sábado, porém comum à maioria das que tem tido neste ano. Não conseguiu realizar uma única jogada individual de qualidade e acabou sendo mais útil nos desarmes.

ABEL FERREIRA – RUIM
NOTA 4,5

Não gostei nada do trabalho feito hoje pelo nosso amigo aí da foto. Se acertou na escalação inicial, demorou demais para promover as alterações necessárias e que tria evitado o sufoco que levamos no segundo tempo. Logo após Gómez ampliar a vantagem, Abel Ferreira simplesmente passou 25 minutos apenas assistindo à superioridade do Barcelona/EQU, como se tivesse certeza – e talvez até mesmo a tenha – de que nada de pior iria nos acontecer. Talvez por ter sido obrigado a promover a entrada de Luan no lugar de Murilo ainda no primeiro tempo, nosso treinador demorou demais para agir e, quando o fez, não resolveu o principal problema do time: a marcação à frente da nossa zaga, onde Zé Rafael e, principalmente, Gabriel Menino, não davam conta do serviço como se fazia necessário. A entrada de Fabinho no lugar de um deles teria evitado grande parte da angústia que todos nós sentimos durante quase toda a etapa final. Outro erro cometido por Abel Ferreira foi, mais uma vez, não ter mandado a campo Endrick. Rápido e forte, poderia ter substituído Artur e feito com Rony uma dupla de ataque de qualidade e que, possivelmente, teria nos garantido a vitória com mais tranquilidade. 

LUAN – MUITO BOM
NOTA 6,5

Entrou bem demais e substituiu Murilo com propriedade. Além de marcar muito bem, ainda deixou Rony na cara do gol – mas o atacante perdeu a clara chance que teve…

RAFAEL NAVARRO – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Mesmo sendo centroavante, teve a percepção e que seria mais útil ajudando nos desarmes defensivos.

GARCIA – REGULAR
NOTA 5

Entrou apenas porque Artur caiu ainda mais de produção no fim do jogo. Não comprometeu.

BRENO LOPES – REGULAR
NOTA 5

Outro que foi a campo somente para povoar um pouco mais o lado esquerdo da nossa intermediária ofensiva.

RICHARD RÍOS – REGULAR
NOTA 5

A ideia era que criasse algumas jogadas em nosso meio-campo, já que entrou para fazer a função de Veiga. Mas, como sempre prende muito a bola, não conseguiu cumprir o que lhe foi determinado.

FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

9 Responses to UMA VITÓRIA DE CADA VEZ

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, muito boa sua análise do jogo, a Libertadores tem que jogar sério ainda mais este ano que está mais competitiva e não é fácil.

    Rumo a classificação pois não tem moleza.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Obrigado, Alfano.

      Vc tem razão: neste ano, as coisas estão mais complicadas para nós.

      E pode apostar: apesar do vexame que passaram contra o Bolívar/BOL, o Cerro Porteño/PAR vai nos dar um trabalho dos infernos e no Paraguai.

      Abs.

  2. Ótima vitória.
    3 pontos bem vindos.
    Arthur = quando foi contratado comentei aqui, “jogador pra atuar no Bragantino, Ponte Preta, Sevilha da Espanha, Parma da Itália, etc…
    Como sou o ser humano mais fanático por Teorias Conspiratórias estou numa dúvida homérica !
    O que o Deus Sol tem contra o Endrick, seriam monumentais questões táticas ou técnicas, ou seriam outra$ questões que a nossa vã folosofia não consegue sequer imaginar ?
    Abçs.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Jair.

      Pelas informações que apurei, parece que Endrick não está 100% fisicamente.

      Abs.

  3. Eu acho que meu amigo Márcio pegou ranço do Piquerez…rs. Vejo um certo exagero nas análises em relação a esse jogador, mas enfim, respeito suas análises.
    Agora vamos falar do Arthur ??? Esse sim pra mim um jogador fraco, sempre achei muito fraco, o futebol dele é esse, limitado, em alguns jogos esporádicos faz jogadas boas, qualquer marcador de nível médio anula ele facilmente, tia Leila cometeu um erro enorme em recontratar esse rapaz.

    Abraços aos amigos palmeirenses !!!

    • Márcio Trevisan

      Olá, Ed.

      Não é ranço. Nas vezes (por sinal, raríssimas) em que ele foi bem, eu o avaliei positivamente.

      Mas a verdade é que o cara é pior, bem pior do que o Viña, que já não era grande coisa.

      Em relação ao Artur, é bem por aí: jogador de bom nível, mas longe de ser craque. E que se destacou, mesmo, em equipes médias (como o Bahia) e pequenas (como o Bragantino). Pode crescer? Pode, mas seu horizonte nunca será dos mais nobres.

      Por fim, não podemos culpar a Tia Leila por nenhuma contratação, pois todas elas só acontecem com o aval do português.

      Abs.

      • Nisso concordo, e se o Abel deu aval pra essa contratação ele também errou, mas nunca se esqueça…ele tem um plano…e sempre dão certo…rs.

  4. André Vince

    Concordo com 99% da análise feita, menos com a avaliação de Piquerez.
    Se por vezes vai mal, não há como negar, ontem jogou muita bola no quesito marcação.
    No ataque, assim como nosso lateral direito, foi nulo, mas não por culpa deles, mas sim da postura do time.
    Dessa vez pesou a mão pra avaliar o uruguaio, professor.hehe
    Abraço

    • Márcio Trevisan

      Olá, André.

      Fico feliz que tenha concordado com a maioria das notas e das avaliações.

      E esteja sempre à vontade para discordar delas quando achar que deve.

      Abs.

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