NEM TODO MUNDO É O ÁGUA SANTA…

Palmeiras goleia na estreia da Copa do Brasil, mas sofre mais do que certamente esperava

Meus amigos.

Se existe algo natural no futebol é o relaxamento de uma equipe logo após uma grande vitória e, mais ainda, logo após uma conquista. Por isso, eu já esperava que o futebol do Palmeiras nesta noite não seria tão empolgante quanto o que vimos domingo passado. Além disso, vamos combinar: embora ainda uma pequena equipe do interior mineiro, o Tombense/MG é muito, mas muito melhor do que o Água Santa/SP e, devemos admitir, teve coragem e talento suficientes para nos atacar desde o começo da partida e, com todos os méritos, balançar duas vezes as redes alviverdes.

Ocorre, porém, que tivemos nós também os nossos problemas. As ausências de três titulares – Murilo, Veiga e Rony – e de reservas como Mayke e Bruno Tabata enfraqueceram nosso time e nosso banco. Além disso, a escolha de John John para compor o nosso meio-campo fez com que o setor perdesse duas vezes – primeiro porque o garoto jogou do lado oposto ao qual está acostumado e, por isso, não rendeu o que poderia; e segundo porque, como não ajuda na marcação, deixou-nos com um jogador a menos na hora da recomposição defensiva.

Mesmo assim, o fato é ganhamos relativamente bem. Os 4 a 2 que impusemos em casa nos darão uma certa tranquilidade para a partida do próximo dia 26, já que poderemos até mesmo perdê-la, desde que por apenas um gol de diferença, e ainda assim nos classificaremos às oitavas de final da Copa do Brasil. Contudo, é bom que o Verdão, desde já, esteja preparado: se jogou como jogou na Arena Palestra Itália, é certo que em seu estádio e diante de sua torcida o Tombense/MG tenderá a ser ainda mais perigoso.

Afinal, nem todo mundo é um Água Santa/SP da vida.

WEVERTON – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Sem culpa nos gols que levou, méritos totais de Matheus Frizzo e do ex-palmeirense Marcelinho, ainda fez uma boa defesa na segunda etapa.

MARCOS ROCHA – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Buscou apoiar bastante o ataque, o que fez com certa qualidade. Mas se esqueceu da marcação em alguns momentos. 

GUSTAVO GÓMEZ – ÓTIMO
NOTA 7,5

Enfim uma atuação mais condizente com as que estamos a ver. Embora tenha cabeceado a bola no único lugar que não poderia no lance que originou o primeiro gol dos caras, recuperou-se em seguida ao não perder nenhuma disputa. Além disso, fez o gol de pênalti e deu a assistência, de cabeça, para Rafael Navarro marcar. Foi o melhor do nosso time nesta noite.

LUAN – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Teve uma noite tranquila. Sem muito trabalho na defesa, sobretudo após a entrada do horrível Fernandão (lembram-se dele? eu sim. Infelizmente), deu-se ao direito de sair pro jogo e tentar armar alguns lances ofensivos.

VANDERLAN – MUITO BOM
NOTA 6,5

Muito bem desta vez. Firme na marcação, foi melhor ainda no apoio, dando um passe perfeito para o gol de López. Se continuar assim, Piquerez não voltará mais ao time titular (o que seria ótimo).

ZÉ RAFAEL – REGULAR
NOTA 5

Foi bastante prejudicado neste jogo porque era o único a marcar em nosso meio-campo. Acabou, exatamente por isso, sobrecarregado e induzido a erros que normalmente não comete.

GABRIEL MENINO – MUITO BOM
NOTA 6,5

Foi o principal responsável pelo primeiro gol que o Palmeiras sofreu, pois deveria estar na marcação a Matheus Frizzo e não estava. Mas se recuperou depois, marcando mais um golaço de fora da área e participando de outros bons lances ofensivos.

JHON JHON – RUIM
NOTA 4,5

Reconheço que jogou meio que fora de sua posição, pois atuou do lado oposto ao que está acostumado. Mas apenas isso não justifica a apagada atuação que teve até ser substituído, o que aliás deveria ter acontecido bem antes dos que apenas aos 25 da etapa final. Pareceu sentir o peso de ser titular pela primeira vez.

DUDU – REGULAR
NOTA 5

Depois de brilhar no domingo, voltou a repetir uma atuação como quase todas as demais que teve neste ano. Não conseguiu nenhum grande lance individual e pouco ajudou a equipe.

LÓPEZ – BOM
NOTA 6

Fico, claro, feliz por ele ter marcado mais um gol, o que lhe dará mais confiança para os próximos jogos. Foi bastante participativo, buscou bolas longe da área (algo que não é sua característica) e até na marcação ajudou. Só precisa ter um pouco mais de calma no momento das conclusões. 

ENDRICK – REGULAR
NOTA 5

Após se destacar nos dois jogos finais do Paulistão, hoje não repetiu a dose. Não concluiu a gol com perigo e, após sua saída, o Palmeiras melhorou.  


ABEL FERREIRA – REGULAR
NOTA 5

Apesar da nossa vitória, não gostei do trabalho do português. Na formação tática inicial, manteve Endrick no comando do ataque e deslocou, ainda que levemente, López para a esquerda, quando deveria ter feito justamente o inverso – afinal, o argentino joga muito mais centralizado do que o adolescente já contratado pelo Real Madrid/ESP. No que diz respeito às substituições, demorou demais a promovê-las. Ficou evidente, desde os primeiros minutos do jogo, que havia um gigantesco buraco à frente da nossa zaga, setor em que apenas Zé Rafael marcava. Obviamente, ele deveria ter corrigido isso na hora, ordenando que Gabriel Menino se plantasse um pouco mais atrás e ajudasse nosso primeiro volante nesta função. Mas, ao contrário, ele apenas assistiu ao Tombense/MG criar perigo em quase todas as vezes em que apareceu por ali. Nosso treinador só foi tratar de resolver o problema aos 15 minutos da etapa final, quando sacou Menino e Endrick e colocou Richard Ríos e Rafael Navarro, este um pouco mais atrás. As entradas de Giovani e Breno Lopes visaram, sim, tornar o time mais ofensivo, mas acabaram por não surtir o efeito esperado (mas isso não é culpa de dele, claro). Abel Ferreira só foi bem demais pouco depois, quando fez Luís Guilherme estrear no time principal. Com o garoto em sua rela posição, Navarro pôde atuar como “9″ e, não à toa, sofreu o pênalti e, depois, fez o seu gol.

RICHARD RÍOS – BOM
NOTA 6

Mais uma vez entrou bem na equipe, melhorando nossa marcação e ainda aparecendo no ataque. Por pouco não fez um gol e ainda deu o passe que Luís Guilherme desperdiçou de forma incrível.

RAFAEL NAVARRO – MUITO BOM
NOTA 6,5

Já estava bem atuando um pouco mais atrás, mas melhorou muito após a saída de López. Atormentou a defesa adversária, sofreu o pênalti convertido por Gustavo Gómez e ainda fez um belo gol. Como seria bom se jogasse sempre assim, não é mesmo?

BRENO LOPES – REGULAR
NOTA 5 

Para não dizer que não fez nada, participou dos dois últimos gols do Palmeiras. Mas pelo tempo em que esteve em campo poderia ter rendido bem mais.

LUÍS GUILHERME – REGULAR
NOTA 5

Fico muito triste por não poder dar nota e avaliação melhores ao garoto, que vinha estreando muitíssimo bem na equipe principal. Infelizmente, porém, perdeu de forma incrível aquele que seria nosso quinto gol e nos daria uma tranquilidade infinitamente maior na partida da volta. Que pena.

GIOVANI – RUIM
NOTA 4,5

Mais uma vez teve um bom tempo – mais de 30 minutos – para mostrar seu futebol e não o fez. Escondeu-se na ponta direita, como a pedir para que não lhe passassem a bola. Precisa reagir rapidamente, pois o time precisa de seu talento.

FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

6 Responses to NEM TODO MUNDO É O ÁGUA SANTA…

  1. Boa tarde, Márcio.

    Compartilho aqui uma constatação que você já fez: o Palmeiras tem um bom time, mas não tem um elenco forte.

    Quando saímos da espinha dorsal e caminhamos para as costelas desse corpo chamado Palmeiras, perdemos muita qualidade (fale a verdade, você nunca tinha lido uma associação anatômica do time do Verdão).

    Agora, cá entre nós: ser desclassificado pelo Tombense não dá. Uma vez para o CRB eu até aguento, mas duas vezes para times dessa expressão é sacanagem.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      De fato: nunca havia lido uma comparação como esta que vc fez.

      Só que, vindo de quem veio, não me surpreende em nada – como já lhe disse, você escreve tão bem (e em muitos casos até melhor) do que muitos jornalistas.

      Quanto à classificação, relaxe: poderia vir mais simples, mas ainda assim virá.

      Abs.

  2. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, com certeza um jogo mais difícil do que o Água Santa e em outra competição, agora no jogo da volta é jogar sério buscando a vitória.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      A ideia era “matar” aqui para jogar com os reservas lá.

      Agora, poderemos até poupar um ou outro, mas não todos.

      De qualquer forma, creio que nos classificaremos sem maiores dramas.

      Abs.

  3. Ó eu aqui ó, em primeiro assim como o Verdão no Paulistão. Hehehe. Mas com relação ao jogo de ontem (hoje para mim pois ainda estou na Itália, o jogo aqui foi da 1 as 3 da madruga) eu concordo com o nosso tutor Trevisan, foi bem mais difícil do que esperávamos. E agora, será que esses caras vão dar trabalho no jogo de volta ?

    • Márcio Trevisan

      Olá, Tadeu.

      Pode até ser que nos deem tanto trabalho quanto deram aqui, mas não mais do que deram aqui.

      E o motivo é simples: em vez de jogarem em Muriaé/MG, onde sempre jogam, transferiram a partida para Uberlândia/MG. Ou seja: campo neutro.

      Abs.

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