Raphael Veiga brilha em campo e conduz Palmeiras a mais uma vitória no Paulistinha
Meus amigos.
Sou das antigas. Quando comecei a me interessar por futebol, e isso já se vão mais de 45 anos, todo time que se prezasse tinha um camisa 10 de talento. Só para vocês terem uma ideia do quanto um jogador com estas características era vital a qualquer equipe, basta dizer que pouco antes de eu me apaixonar pelo jogo de bola os cinco grandes paulistas tinham craques históricos vestindo suas camisas 10: Ademir da Guia no Palmeiras, Rivellino no Corinthians, Pedro Rocha no São Paulo, Dicá na Portuguesa e, no Santos, um tal de Pelé.
Em muitos clássicos, o torcedor nem ia ao estádio para ver apenas o seu time, mas sim o seu gênio – e, de quebra, também o do adversário. Hoje, claro, isso mudou muito. Primeiro porque nem sempre – ou quase nunca – o melhor jogador de cada equipe veste a 10, e segundo porque, obviamente, a qualidade técnica dos atletas é infinitamente inferior às dos ídolos citados no parágrafo acima.
Mas há exceções e, para a nossa alegria, uma delas está no Verdão. Raphael Veiga é um meia como antigamente – ele arma jogadas com talento, marca gols com facilidade, faz lançamentos com perfeição, cobra faltas e escanteios com imenso perigo, dá passes certeiros, enfim: conduz o nosso time dentro de campo.
Tudo isso Veiga fez hoje, na vitória por 2 a 1 sobre a Ferroviária/SP, na Arena Palestra Itália. E se tudo isso já não fosse mais do que suficiente para colocá-lo em posição de destaque, ainda por cima se adapta ao futebol moderno e também ajuda na marcação à saída de bola adversária.
Por tudo isso e, claro, também por tudo o que já ganhou vestindo a camisa verde, o nosso 23 já é um dos melhores 10 de toda a história do Palmeiras.
Mesmo pouco exigido, fez uma ótima defesa no segundo tempo. E ainda criou contra-ataques com seus chutes desde a meta.
Teve um certo trabalho toda vez que o ótimo John Kennedy caiu pelo seu setor. Foi um pouco melhor no apoio.
Não vive um bom momento. Hoje, perdeu algumas disputas com Tonny Anderson e ainda foi um dos que falharam no gol da Ferroviária/SP.
Sua principal função nesta partida foi antecipar-se à marcação, o que fez com competência.
Até que foi bem no apoio, realizando boas jogadas. Mas defensivamente mais uma vez deixou a desejar, como no lance em que levamos o gol.
- ABEL FERREIRA – MUITO BOM
NOTA 6,5 - Gostei do trabalho do nosso treinador. Mesmo tendo jogado na quarta-feira à noite, acertou em manter o time titular para esta partida porque o São Bernardo/SP, com a vitória no sábado, nos havia ultrapassado. Foi bem, também, ao conseguir fazer a equipe jogar como estamos acostumados a ver, ou seja, buscando sempre o gol, algo que não havia acontecido diante do Bragantino/SP. Nas alterações, também acertou ao dar descanso a jogadores que mais têm atuado na temporada – até porque domingo teremos outra “decisão”, desta vez diante do Guarani/SP.
- LÓPEZ – RUIM
NOTA 4,5 - É ainda jovem – tem apenas 21 anos – e pode até vir a ser um craque. Mas, até agora, toda vez que entra piora o nosso time.
- GIOVANI – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5 - Como sempre, entrou e deu mais velocidade e qualidade ao setor direito do nosso ataque. Mas precisa ser mais eficaz nas conclusões e menos individualista nas jogadas.
- FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS