Árbitros de campo e de vídeo tentam muito, mas não conseguem evitar mais uma vitória do Palmeiras

Meus amigos.

Tenho a mais absoluta certeza de que todos vocês sabem muito bem como funciona o futebol brasileiro e todos os interesses, muitas vezes escusos, que nele estão inseridos. Por isso, é óbvio que quanto mais o Palmeiras se distanciar dos demais adversários e, consequentemente, mais cedo garantir o título, pior será para a competição, que perderá parte do interesse pelos torcedores, e mais ainda para a emissora que detém os direitos de transmissão nas TV’s aberta e fechada, que obviamente verá diminuída sua audiência. Em outras palavras: quanto mais nosso time demorar para assegurar esta taça, melhor para eles.

Daí não ter sido nenhuma surpresa o escandaloso roubo do qual fomos vítimas nesta noite. Tanto o árbitro de campo, Marcelo de Lima Henrique (que, graças a Deus, se aposentará no fim deste ano), quanto o de vídeo, Rodrigo Carvalhaes de Miranda (que, infelizmente, ainda prestará seu péssimo serviço por um bom tempo), fizeram o que puderam para tentar evitar a vitória palmeirense, e o que não poderiam ter feito fizeram também. A não expulsão do lateral-esquerdo Dodô, ainda no primeiro tempo, foi apenas o começo da safadeza do pessoal do apito.

Mas o pior ainda estaria por vir: a absurda não marcação da falta (para mim, aliás, pênalti) de Mariano sobre Atuesta e a quase inacreditável anulação do gol de Breno Lopes, já no fim da partida, foram provas mais do que incontestes de que a ordem – que veio de cima, claro – era impedir que o Verdão garantisse a vitória e, desta forma, ampliasse ainda mais a vantagem que já tinha na classificação geral. Para nossa sorte, de nada adiantaram todos estes esforços, pois deixamos o Mineirão com o 1 a 0 no placar e com mais três pontos na sacola. 

Tal fato porém, não pode e nem deve fazer com que o escândalo que vimos hoje em BH seja colocado em segundo plano. As palavras do diretor de futebol alviverde, Ânderson Barros, na sala de Imprensa, foram importantes, mas não suficientes. É preciso que a presidente do clube, Leila Pereira, faça o mesmo que fez seu hoje desafeto Paulo Nobre, que em 2016 deu um murro na mesa e avisou que nosso time até poderia perder aquele Brasileirão, mas que no grito e não mão grande ninguém iria tirar aquele título do Palmeiras. Se nada neste sentido for feito, podem esperar: outros roubos como o de hoje acontecerão nas próxima rodadas, assim como aconteceram na Copa do Brasil e na Libertadores (neste caso, claro, responsabilidade da Conmebol, e não da CBF).  

O jogo – Desonestidades da arbitragem à parte, o fato é que o Palmeiras deu uma sorte danada. No primeiro tempo, poderíamos ter levado por baixo quatro gols, já que o Atlético/MG acertou duas vezes o nosso travessão e o ex-palmeirense Keno perdeu dois gols inacreditáveis. Já a nossa equipe, para não dizer que nada fez, também acertou a trave em chute de Dudu, e o ponta quase marcou, é verdade, após ótima jogada de Luan e Mayke. Fazendo as contas: 4 a 2 para os caras. E a gente nem poderia reclamar.

Toda esta superioridade do Galo tinha explicações. A primeira é que, em péssima fase, os comandados de Cuca precisavam da vitória para continuar no bloco de cima da tabela, com chances reais de disputar a próxima edição da Libertadores. Além disso, com o elenco que tem, o time mineiro deixou demais a desejar na Copa do Brasil e na Libertadores e, por isso, exerceu uma pressão quase sufocante desde o começo do jogo. A outra é que, deslocado para a direita, Hulk ganhou todas – isso mesmo: todas – as disputas com Piquerez. Aliás, o atacante só deixou de ditar as regras no campo quando, de forma inteligente, João Martins mandou que Murilo passasse a ser seu marcador. Para piorar, pelo outro lado, o sufoco era semelhante, já que Marcos Rocha tinha enormes dificuldades para marcar Keno (por sinal, a marcação segue sendo o maior defeito do nosso lateral-direito). 

Outro ponto que atrapalhou nossa vida foi a apagadíssima partida de Gustavo Scarpa que, graças a Deus, saiu para a entrada de Tabata, em ação que melhorou bastante nosso time. A prova disso é que o único lance em que ele acertou, na verdade havia errado. No gol de Murilo, a intenção do meia era chutar para o gol, mas pegou de canela, de forma bisonha, e a bola sobrou nos pés do nosso zagueiro artilheiro. Sorte de campeão, com toda a certeza. Somente após abrir o placar o Verdão passou a mostrar mais qualidade em campo, também porque soube muito bem se aproveitar do desespero que, gradativa porém constantemente, tomou conta dos atleticanos.

Em síntese, prezado palmeirense: uma rodada a menos para disputar e a vantagem em relação ao vice-líder do momento ampliada para 9 pontos. Isso significa que o hendeca está garantido? Não, claro que não. Mas é muito difícil, muito difícil, mesmo, que um time “cascudo” e tão acostumado às conquistas como o nosso possa errar tanto nas próximas 10 partidas a ponto de deixar escapar mais esta conquista.

A não ser, claro, que a roubalheira continue.  

O MELHOR: MURILO
Ótimo – Nota 7,5

Eu, sei: se ele não tivesse cometido a imbecilidade que cometeu, provavelmente estaríamos na final da Libertadores. Ocorre, porém, que faço minhas análises a cada jogo, e no desta noite Murilo foi essencial. Primeiro porque após passar a marcar Hulk acabou a moleza para o ótimo atacante do Galo, e depois porque, de novo, deu uma de centroavante e marcou mais um gol.

MERECE DESTAQUE: MARCELO LOMBA
 Ótimo – Nota 7

Todo mundo sabe que goleiro precisa de ritmo de jogo, mas parece que com Lomba isso não acontece. Afinal, mesmo após ficar 26 partidas e quase cinco meses sem jogar (a última vez em que isso acontecera fora em 5 de julho, justamente contra o Atlético/MG, em nossa Arena), ele passou segurança à equipe e fez duas excelentes defesas, uma em cada tempo.  

PALMAS PRA ELE: MAYKE
Muito Bom – Nota 6,5

Mais uma vez ele aparece nesta seção, só que desta merece ainda mais elogios: afinal, atuou como ponta, e não como lateral. Esta, aliás, foi uma grande sacada de Abel Ferreira, que assim visava dar ao menos um pouco de trabalho ao setor de marcação atleticano e, também, reforçar a ajuda a Marcos Rocha. E Mayke cumpriu muitíssimo bem ambas as funções.

Confira abaixo avaliações de todos os demais profissionais que participaram do jogo de hoje:

Piquerez, Dudu e João Martins – Muito Bom: nota 6,5
Kuscevic, Rony, Bruno Tabata, Breno Lopes e Rafael Navarro – Bom: nota 6
Marcos Rocha e Luan – Satisfatório: nota 5,5
Atuesta, Gustavo Scarpa e Garcia - Regular: nota 5
Jorge – Sem Avaliação: Sem Nota

FOTOS: CESAR GRECO/AG.PALMEIRAS