TRABALHO DEMAIS PARA ADVERSÁRIO DE MENOS

Palmeiras sofre para vencer pior time do Brasileirão. Mas se o que vale são os três pontos….

Meus amigos.

Por mais que muitos possam tentar mascarar o que aconteceu hoje à noite, a verdade é uma só: o Palmeiras encontrou infinitamente mais dificuldades do que esperava de um adversário que, além de ser o último colocado no Campeonato Brasileiro, somente escapará do rebaixamento se um milagre gigantesco acontecer. E digo mais: das 13 partidas que nos restavam na competição, sem dúvida alguma esta seria, pelo menos na teoria, a mais simples.

Então, por que o Verdão sofreu tanto para conseguir o único resultado que lhe seria aceitável neste sábado? Principalmente porque, mais uma vez, teve dificuldades demais para impor sua forma de atuar diante de um oponente que, tadinho, não tinha outra opção que não jogar no esquema “10 -1″, também conhecido como “todo mundo atrás e ninguém na frente”. Lento em demasia no primeiro tempo, as chances que nosso time criou foram fruto muito mais de erros do Juventude/RS do que méritos próprios. E se a bola não entrou foi porque, de novo, erramos no momento do último toque ou, então, a sorte não nos favoreceu.

Outro problema foi a forma como Abel Ferreira montou a equipe. Sem poder contar com Raphael Veiga (que após a artroscopia à qual foi submetido hoje deverá retornar somente no ano que vem), nosso treinador optou por dar mais uma chance a Bruno Tabata como principal organizador de nossas jogadas ofensivas. Não deu certo, tanto porque o recém-chegado parecia completamente perdido em campo como também porque Gustavo Scarpa e Dudu foram “invertidos”, atuando o primeiro na ponta-direita e o segundo na ponta-esquerda. 

A maior prova do que estou dizendo se deu logo nos primeiros segundo da etapa final, quando Rony abriu o placar e, a partir de então, aconteceu o seguinte troca-troca: Scarpa foi para o meio, Tabata para a esquerda e Dudu à direita. Pronto: fez-se o simples e o Palmeiras passou a dominar completamente a partida, a criar jogadas de enorme rapidez e não ampliar rapidamente sua vantagem devido apenas a um grande atuação de Pegorari, aliás mais um goleiro revelado em nossas categorias de base.

Sei que, agora, vocês estão pensando: “Ah, Trevisan, mas os caras empataram…”. De fato: só que isso só aconteceu porque nossa marcação estava desmontada, pois todo o time se encontrava no campo de ataque, e também porque algo quase impossível aconteceu: Gustavo Gómez errou. Foi devido a uma falha sua na marcação que o time gaúcho chegou a seu gol, contando também com uma enorme dose de sorte devido ao bate-rebate em nossa pequena área.

O português, cuja atuação desta vez não me agradou nem um pouco, demorou demais para promover alterações que pudessem tornar o Verdão mais forte na marcação, já que que o Juventude/RS passou a atacar mais após sofrer o segundo gol, e também ofensivamente falando, já que era nítida a falta de impetuosidade da nossa equipe após ficar novamente à frente do placar. 

De qualquer forma, prezado palmeirense, vencemos, e isso era o que mais importava. Independentemente dos resultados que acontecerão neste domingo, na pior das hipóteses manteremos a liderança por pelo menos mais duas rodadas e, obviamente, a cada partida disputada falta uma rodada a menos para o hendeca.

O MELHOR: ZÉ RAFAEL
Ótimo – Nota 7,5

Fazia um bom tempo que o Zé  não jogava a bola que jogou hoje. No primeiro tempo foi, ao lado de Piquerez, o nosso melhor jogador, também porque devido ao defensivismo adversário pôde apoiar o ataque com muito mais frequência. Já na etapa final, mesmo um pouquinho mais preso na marcação, seguiu sendo uma ótima opção no campo de ataque. E acabou participando do lance do gol da nossa vitória (que, aliás, foi marcado por Murilo, mas que poderá lhe ser creditado erroneamente pelo árbitro).

MERECE DESTAQUE: RONY
Ótimo – Nota 7

Ele perdeu chances? Sim. Mas ele sempre perde. Mas ele foi nosso principal atacante? Sim, mas ele quase sempre é. Além disso, fez um gol devido sobretudo à sua velocidade e ao seu senso de deslocamento. Rony é assim: não tem na habilidade sua principal qualidade, mas compensa tal limitação com uma entrega elogiável em todos os jogos.  

PALMAS PRA ELE: PIQUEREZ
Muito Bom – Nota 6,5

O carinha da foto acima foi outro que soube aproveitar muito bem a inexistência do time gaúcho no aspecto ofensivo. Sem ter a quem marcar, foi mais um ponta-esquerda do que um lateral-esquerdo nos primeiros 45 minutos e, ao participar tão efetivamente da partida, acabou por se tornar um dos principais destaques em campo.  

Confira abaixo avaliações de todos os demais profissionais que participaram do jogo de hoje:

Murilo – Muito Bom: nota 6,5
Dudu e Gustavo Scarpa – Bom: nota 6
Weverton, Marcos Rocha, Danilo, Bruno Tabata, Mayke, Breno Lopes e Rafael Navarro - Regular: nota 5
Gustavo Gómez e Abel Ferreira - Ruim: nota 4,5
Gabriel Menino e Atuesta – Sem Avaliação: sem nota

FOTOS: CESAR GRECO/AG.PALMEIRAS

14 Responses to TRABALHO DEMAIS PARA ADVERSÁRIO DE MENOS

  1. Gustavo Cantieri

    Que camisa horrível este terceiro uniforme! Qual a dificuldade em fazer uma camisa verde? Poderiam criar uma camisa inspirada no uniforme do Palestra Itália, como fizeram nos anos 90.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Gustavo.

      A camisa é horrível, como quase todas as terceiras camisas que já nos empurraram.

      Teve uma azul com faixa branca, outra cinza, outra verde-limão e por aí vai.

      Mas esta nova camisa verde “água-de-sabão”, como bem definiu nosso amigo Jair, foi aprovada pela presidente.

      Então, a responsa é dela.

      Abs.

  2. José Aparecido da Silva

    Boa tarde a todos!

    Oque mais importou foi os três pontos.
    Mas é preocupante o futebol que foi apresentado.
    Chances desperdiçadas e não é de hoje.
    Muitos passes e chutes errados.
    Tudo bem, é compreensível. Estavam de “ressaca” após a eliminação.
    Quanto às notas, discordo a do Abel.
    No mínimo deveria ser nota 8 por não ter colocado o Wesley.
    Trevisan, com a provável saída de Scarpa e essa contusão do Veiga, oque vc acha de investir no Terans. Jogador de 28 anos, experiente e excelente chute.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Zé.

      Gosto muito do Terans, muito mesmo.

      Mas não sei se o Atlético/PR toparia negociar o jogador.

      De qualquer forma, não custa nada tentar.

      Abs.

  3. Bom dia Marcio e amigos,

    Eu fico imaginando o que é jogar contra um time que faz cera desde o primeiro tiro de meta, deve ser angustiante, pois no conforto do sofá da minha casa já dá um nervoso tremendo, imagina ali no momento.
    Ainda com relação a cera dos caras, eles estavam usando este método mesmo perdendo de 1 a 0, essa foi nova pra mim.
    Vamos esperar que os jogadores que chegaram recentemente façam uma pré-temporada completa pra realmente mostrarem do que são capaz, pois até agora, dependendo de quem sair do time, já começamos atrás dos principais concorrentes para 2023.
    Por hora, foco no brasileirão, vamos levar este caneco.

    Abs

    • Márcio Trevisan

      Olá, Rodrigo.

      Como respondi abaixo ao nosso amigo Valter, concordo com você: vamos aguardar a pré-temporada para ver o que estes três são capazes de fazer.

      Porém, nem sempre dá certo, como já nos provaram Jorge e que tais.

      Abs.

  4. Que uniforme lindo!
    Verde ? Verde limão? Verde água de sabão?
    Até que ponto vão inventar os funcionários do marketing do Palmeiras.
    Sera que quando enfrentarem o Santos na Vila Belmiro, com o time santista jogando de meias brancas, calções brancos e camisas brancas, o nosso amado time CRIATIVAMENTE vai jogar de meias pretas, calções pretos e camisas pretas?
    Será que atraves de 1 nefasta ideia do marketing do Palmeiras, eu vou ter de ver isto no final da minha vida?
    Abçs

    • Márcio Trevisan

      Olá, Jair.

      Concordo com sua opinião em relação à camisa verde-água-de-sabão (aliás, parabéns pela definição que, já aviso, vou roubar – mas lhe darei o devido crédito).

      Mas vamos concordar que houve outras piores: a cinza e a azul com uma faixa branca e a cruz de Savoia, por exemplo, eram afrontas à nossa história.

      Abs.

  5. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, já era esperado que esse Time jogaria na retranca, mais valeu pela paciência do nosso Time e a grande Torcida.

    Agora na próxima rodada vamos ter que jogar mais por ser um clássico, faltam mais doze decisões para o Título.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Não espere um Santos/SP muito diferente do que foi o Juventude/RS.

      Um ou outro ataque eles até poderão tentar, mas virão para o Palestra sonhando com um empate.

      Abs.

  6. Boa tarde, Márcio.

    Como todo palmeirense é exigente em sua essência, concordo em gênero, número e grau com sua crônica, a começar pelo título. Devido a um compromisso, não consegui acompanhar a partida – apesar de estar em casa – mas meu filho assistiu ao jogo. Aos 20 minutos do primeiro tempo, perguntei a ele: “nada de gol, ainda?”.

    Confesso que quando o primeiro tempo terminou com o empate sem gols fiquei decepcionado. As últimas partidas do Verdão não foram muito convincentes e imaginei que um desastre estivesse prestes a acontecer, e por desastre não entenda uma derrota, mas um simples empate. Felizmente, os três pontos vieram.

    Como tenho mencionado constantemente em suas crônicas, me chama a atenção a queda de desempenho de alguns jogadores. Temos encontrado dificuldades que, aparentemente, não tínhamos e nossos reforços, cá entre nós, parecem não reforçar muita coisa. Não quero ser precipitado, mas não vi diferencial em López, Merentiel e Tabata. Quero estar muito errado, mas me parecem mais do mesmo.

    O que me acalma é que temos “gordura”. Se estivéssemos naquela situação de 2016 e 2018, quando a diferença era de apenas um ponto para o segundo colocado, tenho minhas dúvidas se teríamos gás para brigar pelo título até o fim.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      O desgaste físico e de alguns jogadores era esperado. Neste jogo especificamente, havia também o desgaste psicológico devido à forma como fomos eliminados na Libertadores.

      Quanto aos três que você citou, também não vi demais até agora, mas prefiro só emitir uma opinião mais definitiva no começo do ano que vem, quando eles passarem pela nossa pré-temporada.

      Abs.

  7. E caros amigos, vai ser assim até o fim do campeonato. Teremos que pensar jogo a jogo. Final desta semana teremos o Peixe no Allians Parque. Creio que dá para ganhar, o Peixe tem sido quase um saco de pancadas neste campeonato. Mas é aquela coisa, clássico é clássico. E Márcio, de onde vc tirou essa hem (hehehe): ‘os caras jogaram no esquema 10-1′ (rachei!!!).

    • Márcio Trevisan

      Olá, Tadeu.

      O Juventude/RS não foi o primeiro time a adotar o esquema citado, também conhecido como “todo mundo atrás e ninguém na frente”.

      Há poucos anos, um certo time dirigido por um tal de Fábio Carille jogava desta forma e, pior, se orgulhava disso.

      Abs.

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