Palmeiras despenca no Brasileirão, e se não fosse Jaílson teria levado outra goleada.

Meus amigos.

Como disse após a vergonha que sofremos no fim de semana, todas as equipes passam por ótimas e péssimas fases. Infelizmente, o momento que atravessa o nosso time é o pior não só deste ano, mas de muito tempo. Só para que vocês tenham uma ideia, hoje completamos sete partidas seguidas sem vitória e superamos nosso pior desempenho desde 2014 e 2015, quando ficamos seis jogos sem vencer (cinco derrotas e um empate, quando éramos dirigidos por Dorival Júnior, e quatro derrotas e dois empates, sob o comando de Marcelo Oliveira, respectivamente).

Mas o pior não é nem superar tais marcas tão negativas, e sim perceber que o time parece ter perdido completamente o rumo. Mesmo desfalcado de alguns titulares, nada justifica um futebol tão pífio e, principalmente, tão diferente de um tempo para outro. Hoje, fizemos uma etapa inicial equilibrada e, se analisarmos friamente, até criamos as melhores chances e por pouco não abrimos o placar com Luiz Adriano. Mas nos últimos 45 minutos, meu Deus! Levamos um baile do Bahia/BA, uma das equipes mais fracas deste Brasileirão e séria candidata ao rebaixamento. O Palmeiras vem descendo a ladeira, prezado internauta, e quando isso acontece de forma tão vertiginosa medidas extremas se fazem necessárias.

Creio que não preciso ser mais especifico, certo?

O MELHOR: JAÍLSON

Graças a esse cara, voltamos de Salvador/BA com pelo menos um pontinho e sem passar vergonha. As três defesas – ou melhor: os três milagres – que praticou no segundo tempo provam que, apesar da idade avançada (já tem 40 anos), ainda é essencial ao grupo e ao time. E o pior é que talvez não tenha seu contrato renovado ao fim deste ano… (nota 8).

MERECE DESTAQUE: FELIPE MELO

Pode até ser que a visível melhora em seu desempenho nos últimos jogos se explique pelo fato de estar em fim de contrato e ainda não ter garantida a sua renovação, mas é inegável que, com ele, defensivamente ficamos mais protegidos e ainda temos uma melhora na saída de bola, sobretudo com lançamentos. Hoje, foi ótimo, sobretudo nas bolas aéreas, lance no qual perdeu apenas uma vez. (nota 6,5).

PALMAS PRA ELE: JORGE

Aos poucos, mas bem aos poucos, vem apresentando sensível melhora em seu desempenho. Ofensivamente, está mais perto daquilo que vimos no Flamengo/RJ e, principalmente, no Santos/SP; defensivamente, ainda cede alguns espaços porque demora para retornar à marcação. Mas nesta terça teve uma atuação segura (nota 6).

Os demais jogadores ficam com as seguintes avaliações:

Renan – nota 6
Luan, Gabriel Menino, Raphael Veiga, Rony e Luiz Adriano – nota 5,5
Kuscevic, Dudu, Patrick de Paula, Danilo Barbosa e Deyverson – nota 5
Wesley – nota 4
Matheus Fernandes – sem nota

O TREINADOR: ABEL FERREIRA

Já somo 53 anos de idade e 34 de profissão. Portanto, tenho certeza absoluta do que vou escrever agora: Abel Ferreira está completamente perdido. Não posso afirmar que ele perdeu o vestiário, pois me parece que o grupo, ou pelo menos parte dele, ainda o respeita, mas o gajo dá provas, jogo após jogo, que não sabe exatamente o que fazer. Dentre suas ações equivocadas estão as constantes mudanças no esquema tático – ora o 3-5-2, ora o 4-3-3, ora o 4-4-2… -, a indefinição quanto a titularidade ou não de alguns jogadores – ora Kuscevic some até do banco, o mesmo se aplicando a Breno Lopes, Matheus Fernandes e Danilo Barbosa, e pouco depois os três reaparecem e atuam toda hora – e, o que me parece mais grave, o visível mau relacionamento com o principal jogador do time, Dudu. Hoje, reconheço, ele teve mais problemas do que poderia, dadas as contusões do zagueiro chileno e, principalmente, de Gabriel Menino. Mesmo assim, sua postura ao lado do gramado e suas decisões táticas e técnicas deixaram a desejar mais uma vez. Sua total perda de rumo se torna claríssima nas entrevistas quando, sempre arrogante, não responde a quase nenhuma pergunta feita pelos jornalistas e, dependendo do resultado, ou culpa a arbitragem, ou responsabiliza o excesso de jogo ou então joga nas costas dos desfalques o peso de mais um mau futebol. Qualquer outro treinador, dados os resultados e a forma como o time não vem evoluindo, já teria tomado um pé na bunda daqueles históricos, e isso só não lhe aconteceu porque, graças a um milagre ainda sem explicação, conseguiu levar o Palmeiras a mais uma decisão da Libertadores. Mas a questão é: se ele não fizer o time jogar outra vez, até quando irá durar a paciência da torcida? Ate porque, como sabemos, não é toda a cebola nos faz chorar (nota 4,5).

CRÉDITO FOTOS: CESAR GRECO/AGÊNCIA PALMEIRAS