Covarde, Abel vê Palmeiras ser dominado todo o jogo e só tenta vencer no fim

Meus amigos.

Confesso a vocês que estou perdendo a paciência com o nosso treinador. Mesmo reconhecendo nossos desfalques é inadmissível – repito: inadmissível! – ver o Palmeiras ser dominado durante toda a partida por uma equipe que lhe é infinitamente inferior tecnicamente. Se eu jamais admiti tal postura quando nossa equipe tinha jogadores horríveis, não seria agora, com um dos melhores elencos do País, que eu aceitaria esta forma de jogar covarde, à base de chutões e limitada apenas a contra-ataques.

Muitos podem dizer que poderíamos, não fossem os grotescos erros de Veron e Wesley, ter vencido o América/MG, já que ambos conseguiram, em um espaço de apenas dois minutos, perder dois gols inacreditáveis. Mas a verdade é que nossa vitória parcial até os 28 do segundo tempo era injusta e enganosa, já que o time mineiro já havia acertado nossa trave na etapa inicial e, na parte final, perdido um pênalti e obrigado Jaílson a praticar pelo menos duas excelentes defesas. Ou seja: se tudo tivesse acontecido como deveria, a derrota de hoje teria sido por um placar bem mais elástico do que apenas o 2 a 1.

É claro que há partidas em que temos, sim, de atuar de uma forma mais defensiva – como nas semifinais da Libertadores e, claro, mais ainda quando chegar o dia da grande decisão. Só que, nestes casos, tanto Atlético/MG quanto Flamengo/RJ são superiores, algo que nem em sonho acontece com o Coelho. Ao se postar tão defensivamente e deixar bem claro que não buscaria o segundo gol, a não ser em raros lances de contra-ataque, o Palmeiras se apequenou em campo e, mais uma vez, suas verdes camisas pareciam ser não as do maior campeão nacional, mas sim as do XV de Jaú/SP.

Todos vocês me conhecem e sabem que costumo ser ponderado quando analiso os jogos do Verdão, e que muitas vezes digo que uma derrota não é tão ruim quanto parece ser. Porém, o que aconteceu nesta noite é um daqueles resultados que mancham a nossa gloriosa história – não por termos perdido, claro, mas pela forma como perdemos. Neste momento, eu tenho vergonha do time pelo qual torço.

E a culpa é toda sua, português!

O MELHOR: JAÍLSON

Se não fosse o amigo aí de cima teríamos levado uma goleada no Estádio Independência. Mesmo sem jogar havia quase dois meses, ele não sentiu  a falta de ritmo e fez duas sensacionais defesas, além de outras duas boas intervenções (nota 7).

MERECE DESTAQUE: RONY

Não tem característica e nem talento para ser centroavante, mas sempre que é escalado nesta posição ele pelo menos tenta ajudar. Hoje, ainda que perdido no meio dos zagueiros, conseguiu não só marcar um belo gol mas também puxar os raros contra-ataques com os quais Abel Ferreira tanto sonha (nota 6,5).

PALMAS PRA ELE: FELIPE MELO

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Ok: ele de fato cometeu, mesmo sem ter tido a intenção, o pênalti que decretou nossa derrota em BH. Contudo, foi ótimo à frente de nossa zaga, impedindo que o América/MG tivesse ainda mais espaços, e ainda tentou ajudar o ataque com alguns lançamentos (nota 6,5).

Os demais jogadores ficam com as seguintes avaliações:

Dudu – nota 6,5
Luan, Patrick de Paula e Deyverson – nota 5,5
Kuscevic, Renan, Raphael Veiga e Gustavo Scarpa – nota 5
Gabriel Menino e Jorge - nota 4,5
Gabriel Veron e Wesley – nota 4

O TREINADOR: ABEL FERREIRA

Não é preciso entender muito de futebol para perceber a quantidade de burrices cometidas pelo infeliz da foto acima nesta noite. Primeiro, escala o time com três zagueiros sem ter dois laterais que pudessem atuar como alas, já que Gabriel Menino não é lateral e Jorge está visivelmente fora de ritmo. Depois, mesmo vendo o Palmeiras ser amplamente dominado durante todo o jogo, em vez de sacar um dos zagueiros – ou mesmo o lateral-esquerdo – e colocar mais um homem na armação (no caso Scarpa) para criar mais jogadas ofensivas e segurar os volantes adversários, contenta-se em segurar um resultado quando todos, absolutamente todos, viam que isso não permaneceria até o fim. E se já não fosse enorme a quantidade de imbecilidades e o tamanho da “bunda-molice” que mostrara, resolve fazer quatro substituições de uma única vez somente após levar o gol de empate. Pô, por que não mexeu aos poucos, quando ainda vencíamos, dando mais tempo a quem estava no banco e, simultaneamente, deixando a equipe menos cansada? Eu respondo, meus amigos: porque na verdade ele é um treinador covarde e retranqueiro ou, em outras palavras, é mais um Carille da vida. E como os deuses do futebol costumam ser imperdoáveis com aqueles que ferem a essência do jogo, já nos acréscimos viu seu time tomar o gol da virada e, merecidamente, perder a partida. Na coletiva de Imprensa, como já se esperava, ele culpa os jogadores, culpa a arbitragem mas, em nenhum momento, admite as bobagens que fez. Se ainda existisse a Lei do Passe no futebol, o melhor negócio do mundo seria comprar Abel Ferreira pela quantia que ele vale e o vender pela quantia que ele pensa que vale. Pena seu talento como treinador ser tão inferior à sua arrogância como ser humano (nota 3).

CRÉDITO FOTOS: CESAR GRECO/AGÊNCIA PALMEIRAS