Qualidade do elenco explica excelente fase do Palmeiras. Já são 9 vitórias (e 7 seguidas) em 10 jogos.

Meus amigos.

Todo mundo já conhece a história de cor: quase todos os times que conseguem sucessivas vitórias no começo ou mesmo na metade do Campeonato Brasileiro perdem força na reta final e acabam sendo superados por um ou até por mais equipes. É o tal do “cavalo paraguaio”, do qual tanto falam as más e as boas línguas também, e o qual o próprio Verdão já foi em algumas oportunidades.

Ocorre, porém, que sempre que isso acontece, a equipe que dispara na frente obviamente tem um bom time, mas quase sempre não tem não um bom elenco. Ou seja: quando os jogadores titulares começam a se cansar, a se machucar ou são negociados, não existem suplentes que os substituam à altura. E é aí que está a diferença do Palmeiras, líder no começo deste Brasileirão: mesmo que um ou alguns atletas precisem de descanso, esteja no DM ou venham a deixar o clube nesta janela de transferência, há no grupo outros que poderão ocupar seus lugares, se não com a mesma competência, ao menos com semelhante capacidade.

É por isso que a sequência de vitórias obtidas pelo Palmeiras me enche de boas expectativas.Veja, prezado palmeirense: das 10 últimas partidas que disputamos, vencemos nove (Juventude/RS, América/MG, Bahia/BA, Inter/RS, Sport/PE, Grêmio/RS, Santos/SP, Universidad Católica/CHI e, neste domingo, Atlético/GO). E com o detalhe de cinco destas terem sido fora de casa (em Caxias do Sul/RS, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Santiago/CHI e Goiânia/GO).

Mas a maior prova de que o elenco é a maior arma que o Verdão tem à disposição e, também, a melhor explicação para esta fase sensacional que atravessamos é que nestes nove compromissos foram utilizados nada menos do que 25 jogadores. Em outras palavras: apenas sete atletas que compõem o elenco principal não atuaram nestas vitórias – Vinícius, Pedrão, Lucas Esteves, Lucas Lima, Matheus Fernandes, Luan Silva e Gabriel Veron.

Oxalá que tudo continue exatamente como está.

P.S.: Não poderia terminar esta crônica pós-jogo sem lamentar profundamente a perda sofrida por Arce na manhã deste domingo. Que Deus possa amenizar ao máximo o sofrimento de nosso ex-lateral, com quem tive o prazer e a honra de trabalhar em meus tempos de Assessoria de Imprensa do Palmeiras. 

O MELHOR

Quando o cara está em estupenda fase, nem precisa jogar o tempo todo para se destacar. É o caso de Gustavo Scarpa, melhor jogador deste Brasileirão até aqui e que neste domingo precisou apenas de pouco mais de 30 minutos para ser o maior destaque do Palmeiras. Além do gol que marcou, entrando na área como se fosse um centroavante, fez dois ótimos cruzamentos que quase se converteram em outros gols (nota 7,5).

MERECE DESTAQUE

Foi uma pena o árbitro deste jogo ter, ainda que acertadamente, anotado para o zagueiro Éder, do Atlético/GO, o primeiro gol do Palmeiras na vitória sobre o Atlético/GO. É que Willian Bigode mereceria ganhar este gol, não só porque de fato disputou a bola com o adversário e só não a empurrou para as redes porque ela resvalou nas perdas do beque goiano, mas também por tudo o que produziu em todo o jogo. Atuando como centroavante, destacou-se sobretudo no primeiro tempo graças a seu ótimo posicionamento e constante deslocamento (nota 6,5).

PALMAS PRA ELE

O futebol é um esporte coletivo, mas não é todo jogador que entende isso e faz do individualismo sua marca principal. Este não é, com certeza, o caso de Deyverson. O atacante saiu do banco para ser o homem de referência do nosso ataque, mas neste domingo foi mais além e até de garçom serviu – mesmo tendo roubado a bola e ter chegado à área em condições de finalizar no último lance do jogo, preferiu tocar para Breno Lopes, dando o gol ao companheiro e a todos uma prova de se trata de um jogador de grupo (nota 6,5).

OS DEMAIS

Mais uma vez, Wesley merece elogios pela forma como atuou. Buscou, como sempre, as jogadas individuais, e no conhecido “um contra um” ganhou quase todas contra o lateral do Atlético/GO, Dudu. Além disso, também finalizou a gol e deum trabalho danado à defesa adversária enquanto teve fôlego (nota 6).

Os demais jogadores ficam com as seguintes avaliações:

Weverton e Breno Lopes – nota 6
Gustavo Gómez, Renan, Patrick de Paula, Zé Rafael, Dudu e Viña – nota 5,5
Mayke, Felipe Melo, Danilo e Raphael Veiga  – nota 5

O TREINADOR

Esta foi mais uma ótima atuação de nosso treinador. Mais calmo do que de costume na maior parte do jogo, pôde passar à equipe a tranquilidade esperada de um comandante sem, no entanto, perder a energia obrigatória a todo aquele que lidera um grupo, seja ele de que tipo for. Abel Ferreira começou acertando na escalação inicial, sacando do time nada menos do que sete titulares que iniciaram a partida contra o Universidad Católica/CHI e, consequentemente, poupando-os para o decisivo jogo da próxima quarta-feira. Além de descansar importantes atletas, simultaneamente valorizou os que entraram e, desta forma, deixou todo o grupo ciente de que poderá jogar. Seu ápice neste ponto foi não só definir Dudu como um dos 11 que começaram o jogo em Goiânia/GO como também mantê-lo ao máximo em campo, pois só desta forma nosso principal jogador voltará a ser o craque que sempre foi e do qual ainda tanto precisamos. O português também foi muito bem não só nas alterações que promoveu, mas principalmente quando as promoveu: assim que percebeu uma ligeira melhora do Atlético/GO, por volta dos 15 minutos da etapa final, já promoveu três alterações – todas ofensivas – e praticamente acabou com qualquer chance de reação do adversário (nota 7).

CRÉDITO FOTOS: CESAR GRECO (AG. PALMEIRAS)