Palmeiras soma os três primeiros pontos na luta pelo endeca do Brasileirão

Meus amigos.

Desde que o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado no sistema de pontos corridos, o Verdão ganhou dois. E em ambas as ocasiões, coincidentemente, somou 80 pontos. Ou seja: se analisarmos este quadro de forma mais simples, chegaremos à conclusão de que, agora, faltam apenas 77 pontos para que o sonhado endecacampeonato seja conquistado.

Sei que parece muito, talvez porque de fato o seja. Mas a boa notícia é que, de repente, nem precisemos repetir a pontuação acima para obter idêntico resultado. É que a o time dirigido por Cuca terminou nove pontos à frente do vice-campeão (o Santos/SP) e a equipe comandada por Luiz Felipe Scolari somou oito pontos a mais do que o segundo colocado (o Flamengo/RJ). Assim, talvez os pontos necessários para que mais um Brasileirão venha para a nossa conta não sejam 80, mas sim 73 (que podem, muito bem, ser obtidos com 21 vitórias e 10 empates – e ainda poderemos perder mais seis jogos além do que perdemos na semana passada).

Tenho certeza absoluta de que todos, agora, estão pensando que eu fiquei excessivamente empolgado com a vitória por 3 a 1 que obtivemos sobre a Chapecoense/SC, agora há pouco, na Arena Palestra Itália. Mas não é isso, não: tenho ciência de que o time catarinense é fraco e que, se tudo lhe sair muito bem, terminará o torneio no meia da classificação. O que me faz acreditar que, como disse alguém certa vez, “si, se puede”, é que não vejo tanta diferença técnica entre o Palmeiras de 2021 e o Palmeiras de 2016 ou o de 2018. E, vale lembrar, a partir de 01/08 Dudu estará de volta, o que por si só já melhorará muito a nossa equipe.

Será que estou sendo otimista demais? Talvez. Mas a verdade é que toda caminhada, por mais longa que seja, começa sempre com o primeiro passo.

SETOR POR SETOR

 A DEFESA

Nosso goleiro teve uma boa atuação neste noite. Mesmo sem ter praticado nenhum milagre, realizou três importantes defesas quando o jogo ainda não estava decidido. Além disso, é notório que o grupo confia em seu talento, já que é um dos jogadores que há mais tempo estão no clube. No lance do gol que sofreu, deveria ter ido para a bola com a mão mais firme, é verdade, mas temos que lembrar que o chute foi  muito forte e de uma distância bem curta. O lado direito de nossa defesa esteve relativamente bem: Mayke foi, no primeiro tempo, um dos destaques da equipe, apoiando sempre e com muita qualidade, mas caiu muito na etapa final (nota 5,5); já Luan não comprometeu em nenhum lance e, além disso, foi bem nas antecipações e até nos lançamentos, como o que Rony desperdiçou, de cabeça, já no fim do jogo (nota 5,5). Contudo, o lado esquerdo foi o inverso: Renan falhou e foi o principal culpado pelo gol da Chape (nota 4,5), e Victor Luís… Bem, deixa pra lá (nota 4,5)

O MEIO-CAMPO

Se ele conseguisse manter na etapa final o mesmo desempenho que teve no primeiro tempo muito provavelmente terminaria o jogo como o melhor em campo. Mesmo tendo perdido um gol incrível antes mesmo dos dois minutos, não se abalou e, além de iniciar a jogada de um dos gols de Wesley, cobrou o escanteio que culminou com Luiz Adriano balançando as redes. Pena que, de novo, “pregou” após o intervalo e teve de ser substituído. Outro que jogou muito bem foi Patrick de Paula, que hoje teve de desempenhar duas funções: proteger a nossa saga e iniciar nossas jogadas ofensivas. E em ambas cumpriu seu papel. Lamentavelmente, se contundiu e teve de sair (nota 6,5). Completando o setor, Raphael Veiga teve mais uma atuação bem “mais ou menos” e muito diferente das que já mostrou no Palmeiras (nota 5).

O ATAQUE

Queira Deus que ele esteja, de fato, voltando. Depois de brilhar e se tornar titular absoluto do time, uma séria contusão no joelho o afastou do time por mais de quatro meses, período no qual deixou de disputar 31 partidas. Quando retornou, não repetiu o futebol e perdeu o lugar. Mas, aos poucos, parece voltar a seus melhores dias, e hoje foi o grande destaque do jogo – não apenas pelos dois gols que fez, um deles sensacional, mas também por todas as jogadas individuais e perigosas que criou. Luiz Adriano também esteve bem, sobretudo quando buscou o jogo, e mesmo com sorte também marcou o seu (nota 6). Por fim, Rony não conseguiu, de novo, repetir atuações anteriores e mais errou do que acertou (nota 5).

OS SUPLENTES

Ele deveria ter entrado antes, a fim de melhorar a marcação em nossa intermediária. Neste ponto, cumpriu o que dele se esperava, mas deixou a desejar na saída de jogo. Zé Rafael, escolhido para substituir Patrick de Paula, não tem a característica defensiva que a função exigia e, por isso, não conseguiu realizá-la (nota 5). Willian Bigode (nota 5,5) e Lucas Esteves (nota 5) entraram já perto dos 30 minutos do segundo tempo e pouco contribuíram.

O TREINADOR

Abel Ferreira, muito embora tenha escalado o Palmeiras diversas vezes seguidas no 3-5-2, hoje foi bastante inteligente e bastante corajoso. Teve o técnico inteligência para perceber que o adversário era bem mais fraco e que, por isso, poderia tranquilamente começar o jogo com três atacantes. E teve coragem para montar o meio-campo não com um, mas com dois meias, e ainda por cima transformar em primeiro volante alguém que sempre joga como segundo volante. Na etapa inicial, ambas as qualidades deram certo e por pouco não a terminamos com uma vantagem ainda mais ampla. O mesmo sucesso porém, ele não teve, nas alterações. Primeiro, errou ao escolher Zé Rafael e não Felipe Melo para o lugar de Patrick de Paula, pois isso deixou nossa equipe ainda mais exposta. E foi mal, também, quando sacou Luiz Adriano – e não Rony – para colocar Willian Bigode, pois o “cara da Libertadores” não vinha nada bem. Já a entrada de Lucas Esteves foi apenas para preservar Wesley.

CRÉDITO FOTOS – CÉSAR GRECO/AG. PALMEIRAS