Meia brilha novamente e faz palmeirense se lembrar dos bons tempos do Mago

Meus amigos.

Antes que alguns de vocês ou até mesmo todos vocês despejem sobre este jornalista uma saraivada de críticas devido à comparação que usei no título desta crônica pós-jogo, aviso-os de que, obviamente, ela contém uma enorme dose de ironia. Jamais, em sã consciência ou mesmo se desprovido estivesse das mais básicas faculdades mentais, ousaria comparar o atual meia palmeirense ao estrangeiro que mais vezes vestiu a nossa camisa (241 vezes, ao lado do paraguaio Arce), que marcou 41 gols e que conquistou três títulos (um Paulistinha e duas Copas do Brasil).

Mas, se o faço, é porque Raphael Veiga, pelo menos nos últimos jogos, tem sido o “10” que o Palmeiras tanto procura e não vinha encontrando desde que o craque chileno não aceitou uma excelente proposta de renovação contratual, em junho de 2015, e preferiu perambular pelo mundo atrás de dólares, euros e sei lá mais o quê. A bola que o jogador revelado pelo Coritiba/PR, mas que sempre torceu pelo Verdão, tem jogado enche de esperanças todos os corações alviverdes que, uns mais outros menos, ainda se sentem órfãos da magia com a qual Valdivia presenteou a todos nós.

Veiga não é, entretanto, a única explicação para a excepcional fase de que desfruta a equipe e nem pelas oito vitórias seguidas que ela obteve. Na verdade, o meia é apenas a peça da engrenagem que mais vem se destacando, pois o grupo como um todo é que merece tal mérito. E não me refiro apenas à parte técnica ou tática, mas sim ao espírito de equipe. Querem um exemplo? Lucas Lima, acreditem, volta para recompor o meio-campo quando o time perde a bola. Gustavo Scarpa, um meia ofensivo, não se nega a jogar na lateral esquerda, e vale lembrar que a principal função de um jogador nesta posição é marcar o ponta-direita adversário. Zé Rafael, nesta noite, atuou com o tornozelo direito inchado e com fortes dores no local, pois sabia que se não se doasse teríamos 14, e não “somente” 13 desfalques diante do Fluminense/RJ.

Hoje, prezado palmeirense, era um jogo em que a derrota seria até mesmo mais esperada do que a vitória. Seja pela enorme quantidade de ausências do nosso time, seja pela qualidade do competitivo time carioca, se ao apito final do gaúcho Leandro Pedro Vuaden o placar da Arena Palestra Itália nos apontasse um resultado negativo tal fato não seria, absolutamente, algo surpreendente e nem mesmo merecedor de críticas. Então, pode ter certeza de que a soma de mais estes três pontos merece ser muito, mas muito comemorada.

Não estou dizendo que o Palmeiras ganhará o Brasileirão, a Copa do Brasil ou a Libertadores, pois é óbvio que quanto mais estas competições se encaminharem para o final, mais difíceis serão os jogos. Mas se o grupo mantiver esta união dentro de campo, levantar uma destas taças – ou duas delas, ou até mesmo as três – também não será algo totalmente inesperado.

Até porque, assim como Raphael Veiga nos tem feito lembrar de Valdivia, de repente Weverton pode se tornar Leão, Gustavo Gómez ser Luís Pereira, Patrick de Paula se transformar em César Sampaio, Luiz Adriano incorporar César Maluco…   

ANÁLISES INDIVIDUAIS

JAÍLSON – 6,5
MUITO BOM

MARCOS ROCHA – 6,5
MUITO BOM

ÉMERSON SANTOS – 5,5
SATISFATÓRIO

RENAN – 6
BOM

GUSTAVO SCARPA – 5,5
SATISFATÓRIO

PATRICK DE PAULA – 5
REGULAR

ZÉ RAFAEL – 5,5
SATISFATÓRIO

RAPHAEL VEIGA – 8
EXCELENTE

LUCAS LIMA – 6
BOM

WILLIAN BIGODE – 5
REGULAR

GABRIEL VERON – 6,5
MUITO BOM

ABEL FERREIRA – 6,5
MUITO BOM

RAMIRES – 4,5
RUIM

MAYKE – 5
REGULAR

BRENO LOPES – 5
REGULAR

CRÉDITO FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
08 a 8,5 – EXCELENTE
07 a 7,5 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
00 a 3,5 – PÉSSIMO