Os três dias que separaram a primeira da segunda partida das semifinais do Paulistão de 1986 tiveram como assunto única e exclusivamente a atuação de Ulysses Tavares da Silva Filho no primeiro derby. Tudo o que fez para prejudicar o Palmeiras foi amplamente divulgado pela mídia, e – sei que é quase impossível acreditar, mas juro que é verdade – houve até mesmo corintianos que se sentiram envergonhados.
O confronto decisivo exigia a presença de um árbitro verdadeiramente neutro e muito mais competente. O escolhido foi José de Assis Aragão, que em uma carreira com infinitamente mais acertos do que erros tornou-se um dos maiores nomes da arbitragem brasileira em todos os tempos. Foi ele que não permitiu que a inconformidade do Palmeiras transformasse o clássico em uma batalha campal e nem que o antijogo corintiano ditasse as regras em campo.
Por falar nesse, a escalação inicial do Verdão pegou todos de surpresa: Carbone deixa Mirandinha no banco. Justamente o atacante mais perigoso do time não começava a partida, preterido por Edmar. Talvez uma decisão errada do nosso treinador, talvez uma estratégia muito bem pensada, nunca iremos saber com exatidão. Mas o fato é que mesmo dominando toda a partida e criando várias chances de gol (só o travessão acertamos duas vezes), só conseguimos abrir o placar aos 42 minutos da etapa final: após cobrança de falta de Jorginho e uma grande confusão na pequena área, adivinhem quem apareceu para empurrar a bola para o fundo das redes, garantir a vitória no tempo normal e levar o jogo à prorrogação. Mirandinha, é claro.
No tempo adicional, como dissemos acima, a vantagem do empate era alviverde. Por isso, o time se postou mais defensivamente a se utilizou dos contra-ataques para “matar” o jogo. Em um deles, logo aos 4 minutos de jogo, adivinhem quem ganhou na corrida do quarto-zagueiro Paulo e tocou no canto esquerdo do ótimo goleiro Carlos. Mirandinha, é claro. Desesperados, os corintianos partiram com tudo para o ataque em busca de uma virada que seria histórica. Só que aos 13 minutos, Éder cobrou um escanteio e a bola entrou direto. Golaço olímpico, 3 a 0 no placar e a vaga mais do que garantida na grande final daquele Paulistão.
Normalmente é assim: quando o árbitro ou alguém de fora não interferem, o Palmeias vence.
Obs.: relembre esta memorável partida no link https://www.youtube.com/watch?v=B5QXngv3yOY.
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