Hoje, todo mundo sabe quem foi Telê Santana, todos os títulos que ganhou e, principalmente, todos os times que fez jogar o futebol que o mundo aprendeu a admirar e que só nós, os brasileiros, fomos capazes de apresentar. Mas quando seu nome foi anunciado pela diretoria do Palmeiras como substituto de Filpo Nuñes, não foram poucos os que se surpreenderam e, até mesmo, reclamaram.
Explica-se: embora ostentasse o título de primeiro campeão brasileiro (pelo Atlético/MG, oito anos antes), o treinador não havia conseguido grande destaque desde que deixara o Galo. Com exceção de um título gaúcho pelo Grêmio/RS, em 1977, nada de mais importante ele obtivera. Mas nossos dirigentes bancaram a sua chegada, e logo nos primeiros dias de trabalho viram que não haviam errado.
Nos primeiros oito jogos sob seu comando, o Palmeiras venceu seis, sendo dois deles os primeiros válidos pela Copa Libertadores da América (e ambos fora de casa). Nem mesmo a precoce eliminação ainda na Primeira Fase do torneio (dos quatro jogos restantes, ganhamos somente um e perdemos três) abalou a confiança de jogadores, dirigentes e torcedores, e por um motivo simples: sob o comando de Telê Santana, o Palmeiras voltava a mostrar um futebol que, ainda que levemente, lembrava o que haviam jogado a Primeira e a Segunda Academias.
No Paulistão de 1978, que só foi terminar no meio de 1979, chegamos à semifinal diante do São Paulo/SP, na qual jogávamos pelo empate no tempo normal e na prorrogação. A vaga na grande decisão parecia garantida, mas faltando apenas dois minutos para o encerramento do tempo adicional sofremos um gol de Serginho Chulapa, de cabeça, e fomos eliminados. Mas na edição seguinte, que começou apenas alguns dias mais tarde, a história seria bem diferente.
Só para se ter uma ideia, das 19 primeiras partidas daquela competição, o Palmeiras ganhou 12 e perdeu apenas uma. E mais: o futebol apresentado melhorava a cada vitória, e para Telê não havia diferença entre jogar dentro ou fora de casa: suas equipes atuavam sempre no ataque, buscando não só a vitória mas, sempre que possível, uma vitória pelo maior número de gols possível. E assim os adversários foram, quase todos, caindo aos nossos pés.
Um dado histórico e, até hoje, único em nossa história aconteceu no fim de 1979: o Verdão vence três jogos seguidos pelo placar de 5 a 1 (o Santos, em 17.11; a Portuguesa Desp./SP, em 21.11; e o Comercial/SP – este valendo já pelo Brasileirão, disputado simultaneamente -, em 02.12). Após estas três vitórias e, principalmente, após o excelente entrosamento apresentado sobretudo pelos atacantes – Jorginho Putinatti, Jorge Mendonça, César e Baroninho encantavam o País – não havia um único torcedor, palmeirense ou não, que não acreditasse na conquista do título paulista pelo Verdão. A menos que…
A menos que algo fora de campo impedisse a nossa conquista. E você saberá qual foi este “algo” em nosso próximo encontro.
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