CAP. 132 – A SEGUNDA ACADEMIA (PARTE VI)

O termo “quase”, que destaquei em nosso mais recente bate papo, se explica: na última rodada do quadrangular final, apenas o Internacional/RS já não tinha condições de obter o título. Explicando: as quatro equipes se enfrentavam em turno único, e seria campeã a que mais pontos somasse após somente três jogos. Na primeira rodada, o Tricolor paulista saiu na frente, goleando o time gaúcho no Morumbi por 4 a 1. No Mineirão, o alviverde passou pela Raposa, mas apenas por 1 a 0. A sorte do Palmeiras é que, na rodada seguinte, nosso rival foi derrotado no Mineirão por 1 a 0, enquanto numa partida disputadíssima conseguimos, de virada e quase no fim do jogo disputado no Cícero Pompeu de Toledo, vencer o Colorado: 2 a 1. 

Fazendo as contas: o Palmeiras liderava o quadrangular final com 4 pontos, São Paulo/SP e Cruzeiro somavam 2 e o Inter/RS, nenhum. Assim, Verdão e Tricolor fariam na última rodada a final no Morumbi, cujo vencedor seria o grande campeão (nosso adversário tinha um saldo de gols superior ao nosso – dois, contra apenas um). A menos que… 

A menos que o Cruzeiro/RS vencesse em Porto Alegre/RS. Mas não seria qualquer vitória: para levantar a taça, o time mineiro teria obrigatoriamente de torcer por uma vitória são-paulina e marcar quatro gols a mais. Se isso acontecesse, as três equipes terminariam empatadas com 4 pontos, mas o time mineiro levaria a taça pelo saldo de gols.

Então, todas as atenções se voltaram para o Choque-Rei. Nele, a situação era mais simples: com 4 pontos, o Palmeiras precisaria apenas de um simples empate para se sagrar bicampeão nacional. Já ao São Paulo, como dissemos acima, somente a vitória interessava. 

Time-base campeão brasileiro de 1973. A escalação? Acho que nem é preciso, certo?

Na verdade, os são-paulinos nem se importaram com outra partida que não fosse a deles. E, devemos admitir, jogou melhor do que o nosso time. Muito bem armado pelo competente José Poy e tendo em seu elenco estrelas como Waldir Peres, Chicão, Pedro Rocha e Mirandinha, nosso adversário pressionou durante quase toda a partida e criou várias e claras oportunidades de gol.

Porém, do outro lado estava a melhor equipe do Brasil naquele momento, e que tinha em seu sistema defensivo craques absolutos como Dudu, Luís Pereira e, naquele clássico principalmente, Émerson Leão. Autor de muitas e incríveis defesas, nosso camisa 1 foi o maior herói daquela fantástica conquista ao impedir que o 0 a 0 se alterasse no então ainda manual placar do Morumbi que, naquela tarde, recebeu mais de 80 mil pessoas. Assim, pelo menos um dos três bicampeonatos que o Palmeiras buscava em 1973 foi obtido, muito embora isso tenha acontecido já em fevereiro de 1974. 

      1974… Esse ano nos traz boas lembranças, não? Pois serão exatamente elas que começaremos a relembrar em nosso próximo encontro. Espero por vocês sem esconder, confesso, uma ponta de ansiedade. 

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