Por ele o tostar ao sol e o gelar à lua
Por ele meus gritos de “Campeão!” no meio da rua
Por ele minhas simples palavras se tornam poesia
Por ele vira realidade minha fantasia

Por ele cada vibração, cada sentimento
O golaço, a grande defesa, a bandeira verde a tremular ao vento
A luz do refletor, a bola a correr na grama…
Por ele a mais doce sensação de quem tanto o ama

Por ele a festa da vitória, o choro da derrota
Por ele o amor em verde e branco que em meu peito brota
Por ele eu olho todas as taças em nosso salão
Por ele o orgulho de ser palmeirense que trago no coração

Por ele já perdi não uma, mas muitas namoradas
Por ele já faltei a aulas e até mesmo à jornada
Por ele eu planto uma semente de eterno brilho
Por ele se fez torcedor meu único filho

Por ele as contradições, o duplo sentido
A cega paixão na vitória e o visceral ódio no jogo perdido
Por ele as lágrimas no rosto, de tristeza e de alegria
Por ele a fúria contida e a certeza de um novo dia

Por ele tantas emoções a mais em meus sentidos
Por ele o baixar de olhos a cada gol sofrido
Suspiros, ilusões, paixão, poemas e loucuras
Todos os gritos de guerra e as palavras mais puras

Por ele o amor, a dor, a paz e o tormento
Por ele a certeza de sempre continuar torcendo
Por ele eu olho a nossa Arena, eterna Palestra Itália
Por ele a chama do amor palmeirense, que jamais se apaga

Poema livremente inspirado na canção “Por Ela”, de Roberto e Erasmo Carlos

Crédito das ilustrações: Bruno Venâncio