Após eliminar o maior favorito ao título, todos apostavam que o Palmeiras seria o grande campeão continental naquele ano. E olha que nosso oponente não era nada fácil – muito pelo contrário, até: tratava-se do temido Estudiantes/ARG. A primeira partida final aconteceuem La Platae o Verdão teve uma excelente atuação no primeiro tempo, o qual venceu por1 a0 (gol de Servílio). Mas, na etapa final, a pressão da equipe da casa, impulsionada por sua fanática torcida, foi demais para o nosso time: suportamos o quanto pudemos, mas Carlos Bilardo (o mesmo que décadas depois seria técnico da Seleção da Argentina) marcou duas vezes – aos 38 e aos 42 – e garantiu a vitória portenha.
O Palmeiras não tinha outra opção que não vencer o jogo da volta para provocar uma terceira e decisiva partida. Por isso, partiu com tudo e, logo aos 6 minutos, abriu o placar com um golaço de falta de Tupãzinho. O problema é que, meia hora mais tarde, Verón (pai daquele que viria a ser craque da seleção argentina) calou o Pacaembu. A partida só não ficou mais complicada porque, logo na saída, o mesmo Tupãzinho se aproveitou de um vacilo da zaga argentina para marcar mais uma vez.
Na etapa final, os argentinos se fecharam na tentativa de aproveitar um possível contra-ataque e, desta forma, conseguir novamente o empate. Porém, mais tranquilo, o Verdão ainda teve tempo de marcar o terceiro: Tupãzinho (sempre ele!) ganhou na corrida, penetrou na área e foi derrubado pelo goleiro. Pênalti, que Rinaldo cobrou com eficiência, selando a vitória por3 a1.
Repararam? Se já houvesse o critério de saldo de gols, teríamos faturado nossa primeira Libertadores… Mas naquela época não era assim que a banda tocava. O regulamento previa que, independentemente do placar, caso cada time vencesse um jogo uma terceira partida seria disputada, e em campo neutro.
Assim, a “negra”, como se chamava na época o jogo decisivo, se deu no neutro Estádio Centenário, na capital uruguaia. Apesar de a proximidade ser maior com a Argentina, nossos vizinhos mais ao sul torceram fervorosamente pelo representante brasileiro. Mas não deu: com gols de Ribaudo no primeiro tempo e de Verón na etapa final, o Estudiantes venceu por2 a0 e ficou com o caneco. A nós, coube a tristeza de terminar mais nossa segunda participação na Copa Libertadores novamente como vice-campeões.
O restante daquele ano não foi lá grande coisa. No Campeonato Paulista, aliás, por muito pouco o time não foi rebaixado, já que o terminou em 11º lugar e a apenas duas posições da queda para a Segunda Divisão regional. Por falar neste torneio, diz-se que visando escapar ao rebaixamento, o Verdão acertou que o Guarani/SP escalaria um jogador com documentação irregular, o meia Flamarion, na partida entre ambos – assim, caso a perdêssemos, cairíamos.
Tal versão, corrente até hoje, tem lá as suas razões de existir, pois de fato o time de Campinas/SP mandou a campo o atleta e, logo em seguida, perdeu os pontos da partida em favor do Palmeiras. Porém, há quem diga que tal acerto entre os dois alviverdes jamais aconteceu, e nem teria por que acontecer – afinal, na rodada anterior, uma vitória sobre o América/SP no Estádio Mário Alves de Mendonça por 2 a 0, gols de Ademir da Guia e Écio Pasca, já afastara qualquer possibilidade de queda do nosso time.
Já no Robertão (hoje corretamente elevado à condição de Campeonato Brasileiro), no qual lutava pelo bicampeonato, a campanha foi bem melhor e o time chegou ao quadrangular final. Contudo, neste venceu apenas o primeiro jogo –3 a0 sobre o Vasco/RJ – e, ao ser derrotado por Santos/SP e Internacional/RS, ficou somente com o 4º lugar.
Mas se em 1968 o Palmeiras passou em branco, em 1969 haveria de passá-loem verde. Eserá este o nosso tema principal no capítulo seguinte de “Nossa História”.
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