Conforme relembramos em nosso mais recente encontro, a conquista do título paulista de 1966 foi a primeira obtida pelo Palmeiras na segunda metade da década dos 60 que, como sabemos, somente terminaria no fim de 1970. Mas se no ano em que a Seleção Brasileira frustrou todo o País com a pífia apresentação na Copa do Mundo da Inglaterra ao menos os palmeirenses tiveram um motivo para comemorar: o ano seguinte foi melhor, muito melhor para o Verdão.
Tudo começou em março de 1967. Havia muito tempo que o futebol brasileiro fazia por merecer uma competição em nível mais abrangente do que apenas o eixo Rio-São Paulo. Por isso, naquele ano foi criado o Torneio Roberto Gomes Pedroza, competição que envolvia, além de equipes paulistas e cariocas, também clubes gaúchos, mineiros e um paranaense. Foi, na prática, o embrião do Campeonato Brasileiro, que nasceria quatro anos depois.
Como quase sempre acontece, o Verdão usou de seu pioneirismo para abocanhar o primeiro título desta competição. Após um excelente desempenho na Primeira Fase, na qual venceu 7 e empatou 5 das 14 partidas que disputou, nossa equipe se classificou para o quadrangular final ao lado de Grêmio/RS, Inter/RS e Corinthians/SP.
O campeão da competição seria o time que mais pontos somasse após as seis partidas, já que o regulamento previa jogos em turno e returno. A vitória por 2 a 1 no Beira Rio, logo na estreia, deu ânimo e fez com que os três empates seguintes pouco atrapalhassem a campanha. Na penúltima rodada, uma vitória por 1 a 0 sobre nosso maior rival nos deixou com uma mão e meia na taça: para tanto, bastaríamos empatar com o Tricolor gaúcho, no Pacaembu.
Mas quem pensava em empate naquela saudosa Primeira Academia? Assim, em menos de meia hora, o Palmeiras já vencia por 2 a 0, dois gols marcados por um jovem atacante recém-chegado do Flamengo/RJ: César Maluco. À época com apenas 21 anos, aquele que se consagraria como o segundo maior artilheiro de toda a história alviverde já dava mostras de quão maluco – por gol, claro – ele seria. No fim da partida, o Grêmio/RS ainda descontou, mas não o suficiente para impedir mais uma festa palmeirense em nível nacional.
Dez dias após faturar mais esta taça, a delegação palmeirense embarcou para uma histórica viagem: pela primeira vez, um clube brasileiro jogaria em território japonês. Sob o comando de Mário Travaglini (o técnico Aymoré Moreira ganhou uns dias de folga), nosso time disputou a Taça Brasil-Japão e, após vencer duas e perder uma partida, só para variar trouxe na bagagem mais um caneco.
Mas o segundo semestre de 1967 previa também dois importantíssimos desafios para os “Acadêmicos Tremendões”: o Campeonato Paulista e a Taça Brasil, competição que, apesar do surgimento do Robertão, continuava sendo a única que classificava para a disputa da Copa Libertadores da América.
E será sobre estes dois assuntos que falaremos no próximo capítulo de “Nossa História”.
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