Eduardo Baptista precisa dar uma força a si mesmo para conquistar a torcida do Palmeiras
Conheci Nelsinho Baptista em 1990, quando ele se destacou ao levar o Novorizontino/SP ao vice-campeonato paulista – era eu o setorista do time interiorano no jornal A Gazeta Esportiva. Logo depois, os laços de amizade e respeito se estreitaram quando ele assumiu o Corinthians/SP e, claro, tornaram-se eternos em sua pouco compreendida passagem pelo Palmeiras. Ou seja: gosto dele, e sempre que não enfrenta o Verdão ou comanda um rival, torço por ele.
Mas não conheço pessoalmente seu filho, Eduardo Baptista. Daí ficar muito à vontade para criticá-lo, se assim considerar que devo agir, ou elogiá-lo, se ele o fizer por merecer. Em outras palavras: não é porque admiro o pai que direi amém a tudo o que fizer o filho, da mesma forma que jamais transferiria ao rebento uma aversão que tivesse pelo seu genitor.
Dito isso, vamos ao real motivo deste texto: não existe coisa pior no mundo do que você trabalhar em um local onde alguns – ou no caso específico, milhares – desconfiam da sua capacidade e ficam a todo tempo comparando seu rendimento com o do seu antecessor. Guardadas as devidas proporções, é como uma nova namorada que, toda hora, fica lhe falando das qualidades que tinha o ex. Isso é chato pra caramba e, aos poucos porém também rapidamente, vai minando a relação.
Ou seja: Eduardo Baptista precisa se ajudar se quiser ter um mínimo de paz para poder desenvolver o seu trabalho no Verdão. Mesmo ciente de que cada profissional tem o seu método de trabalho, a sua forma predileta de fazer a equipe jogar, é óbvio que o esquema adotado por Cuca no Brasileirão foi eficientíssimo, e digo isso não apenas em razão do título que conquistamos, mas principalmente pela forma como o obtivemos – tranquila, sem grandes sustos. Na verdade, desde setembro já sabíamos que seríamos eneacampeões.
Então, torna-se muito mais simples ele se adaptar à forma como joga o nosso time do que todo o nosso time se adaptar à forma como ele quer que joguemos. Claro que algumas peças foram substituídas e que, às vezes, as características da equipe podem sofrer algumas alterações, mas como os titulares mudaram muito pouco, também devem ser mínimas as diferenças.
O que Eduardo Baptista precisa fazer é adaptar seu esquema aos atletas, é moldá-lo de forma a ser utilizado, sim, mas sem que isso fira a maneira de nossos jogadores atuarem. Ou seja: nosso treinador precisa usar o meio termo – nem tanto ao Céu, nem tanto à Terra. Se o fizer, é certo que ganhará ainda mais a confiança do grupo, algo que parece já ter começado a conseguir. Por fim, meus amigos, o comandante alviverde tem de entender que se não conquistar a torcida, outro o substituirá rapidinho, e isso será péssimo para ele.
Afinal, técnicos há muitos. Mas o Palmeiras é um só.
02/03/2017 at 18:41
Texto claríssimo e preciso nos pontos abordados.
Ele tem elenco, retaguarda, o clube vive um bom momento financeiro e terá o apoio da torcida se não inventar. Basta ser humilde, fazer um bom trabalho e todos nós teremos, seguramente, um dos melhores anos da história do Palmeiras.
02/03/2017 at 19:00
Muito obrigado, Marcelo.
Minha ideia foi justamente esta: fazer com que EB entenda que pode dar certo.
E como sei que tudo o que escrevo chega aos ouvidos do Palmeiras…
Abs.
02/03/2017 at 14:18
Saudaçoes Alviverdes,
Eu acho que o grande erro do EB foi querer mudar tudo(como vc citou), contra a Ferroviaria o time foi muito melhor,pq jogou no esquema que o time ja vinha jogando, sem falar que com um homem a mais na frente da zaga o time fica menos exposto e tem mais facilidade na saida de bola…A hora é de apoiar, mas sò uma sequencia boa de vitorias vai dar tranquilidade suficiente pro EB.
E a sequencia é bem complicada, mas aqui é Palmeiras!!!!!!!
02/03/2017 at 18:58
Enrico: é nessas horas mais compliadas que a gente vê quem é que tem garrafa vazia pra vender.
Abs.
02/03/2017 at 8:58
Bom dia, Márcio.
Concordo plenamente com seu texto. Você escreveu exatamente o que eu penso e converso com meu filho sobre o Eduardo Baptista.
Eu ainda tenho uma pulga atrás da orelha com ele. As vitórias obtidas foram de times sem expressão e o único teste a que foi submetido, foi reprovado. Perder para aquele time sofrível do “curintia”, com um jogador a menos durante todo o segundo tempo e que quase foi eliminado da Copa do Brasil pelo Brusque/SC, foi simplesmente um péssimo resultado.
Eu tenho falado constantemente que quero estar errado, mas ele não me convence. Se eu estiver errado, ganha o Palmeiras e todo o torcedor do Verdão.
Um abraço.
Valter
02/03/2017 at 18:57
Então, Válter, eu penso assim: se ele tropeçar nas duas primeiras partidas da Libertadores, vai ficar difícil a sua permanência – e isso mesmo que ele leve o time às finais do Paulistão.
Mas vamos torcer para que tudo dê certo e ele consiga atingir os nossos objetivos, pois me parece claro que, como pessoa, se trata de um homem de bem.
Abs.
01/03/2017 at 20:35
Ele não vai dar certo e isso é uma coisa que não tenho a menor dúvida por um simples motivo: O Palmeiras não é clube pra treinador com perfil calmo e inerte do Eduardo Batista. Só ver o perfil dos treinadores que fizeram história no Palmeiras, todos explosivos e com personalidade forte. No Palmeiras só dá certo quem tem sangue quente.
Abraços.
02/03/2017 at 18:56
É algo a se pensar, Ed.
Dos treinadores campeões pelo Palmeiras de cuja personalidade posso falar, só conheci um mais calmo: Mário Travaglini.
Todos os demais, de fato, eram ou são mais explosivos.
Mas não sei dizer se os técnicos dos anos 20, 30, 40 e 50 eram ou não agitados…
Abs.
01/03/2017 at 18:12
Falou tudo Márcio, parabéns pelo seu texto!
E tem outra, não adianta o Burrardo Batista ficar alegrinho quando o time ganha dos times mediocres, tem que ganhar os clássicos também. abraços.
02/03/2017 at 18:54
Obrigado, Maciel.
Como sei que tudo o que escrevo chega aos ouvidos do Palmeiras, fiz o texto no sentido de ajudar o nosso treinador.
Tomara que eu consiga este objetivo.
Abs.