Em nosso mais recente encontro, lembramos que Palmeiras e São Paulo, então os dois melhores times paulistas, fomentaram a rivalidade que começara anos antes e vivera seu ápice em 1942. Mas prometi contar o desenlace do primeiro Choque-Rei daquele Paulistão/43, e como EU sempre cumpro minhas promessas…
Muito bem. Começa a partida e, claro, o equilíbrio é total. Também, pudera: de um lado Oberdan, Lima, Og Moreira, Villadoniga; do outro Noronha, Rui, Sastre e Leônidas, o “Diamante Negro”. Mal o árbitro Américo Tozzini apitou o começo do jogo e o Verdão saiu na frente: o centroavante Caxambu, aos 2 minutos de jogo, fez explodir a torcida palmeirense. O São Paulo, claro, não se abateu, e mesmo encontrando muitas dificuldades pela frente, conseguiu empatar o jogo aos 41 minutos, através de Sastre.
No intervalo, as perguntas que se ouviam pelas arquibancadas eram as seguintes: quem voltaria melhor? Teria o Palmeiras um começo de segundo tempo tão espetacular quanto o que mostrara na etapa inicial? Ou o São Paulo, embalado pelo empate obtido já no fim do primeiro tempo, voltaria com ganas de virar o jogo? Infelizmente para nós, palmeirenses, quem apostou na segunda indagação, acertou. O Tricolor voltou com uma fúria animal e, sem dar tempo para o Verdão pensar numa estratégia de jogo, fez 2 a 1 logo aos 7 minutos, com Leônidas e, como se quisesse jogar à lona o time alviverde, marcou mais um aos 15 minutos, através de Barrios.
Mas, em vez de baixar a cabeça frente ao rival, postura mais do que esperada após tão duros golpes, nosso time não se deixou abater. Bastou ter sido dada a saída e, pouco depois, aos 17 minutos, Jorginho diminuiu. Aí, o Pacaembu pegou fogo. A torcida são-paulina, que havia tão pouco festejara o terceiro gol, calou-se por completo. Sabiam os torcedores tricolores que, estava claro, o Palmeiras não morrera e que garantir a vitória, aliás fundamental para a sequência na luta pelo título, não seria tarefa das mais fáceis. E não foi mesmo: já aos 25 minutos, portanto apenas oito após conseguir o segundo gol, o Verdão empatou o clássico com um gol do ponta-direita González.
Dali em diante as duas equipes buscaram aquele que seria o gol da vitória, mas King, pelo São Paulo, e Oberdan, pelo Palmeiras, impediram que o placar se modificasse mais uma vez. O empate por 3 a 3 deixou ambos os times com quatro pontos perdidos (como já lhes contei, naquela época a contagem era feita desta forma, e não por pontos ganhos, como hoje em dia. Assim, sagrava-se campeão o time que “somasse” menos pontos perdidos), o que manteve vivas as chances de título para ambas.
Em nosso próximo encontro, continuaremos a falar sobre as disputas entre Palmeiras e São Paulo. Contudo, como você já deve estar esperando, nem sempre elas aconteceram nos gramados.
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