CAP. 51: AOS 20 ANOS, NOSSO PRIMEIRO TRI. MAS NINGUÉM NA COPA.

Todo mundo que faz aniversário gosta de ganhar presentes, e com os clubes não é diferente. Por isso, foi desta forma que o Palestra Itália comemorou o título paulista de 1934, obtido justamente no dia em que comemorava 20 anos.

A vitória fora de casa sobre o Paulista da Capital/SP por3 a1 garantiu, com uma rodada de antecedência, o título ganho com uma campanha exemplar: em 14 partidas disputadas, o Verdão venceu 12, empatou uma e perdeu a outra – esta, porém, já na última rodada, quando a taça estava mais do que garantida.

Gabardo

O grande nome daquele time foi o centroavante Romeu Pellicciari, autor de 13 gols – portanto, média de quase um por partida disputada. Mas dois irmãos vindos do América/RJ também foram fundamentais ao sucesso: o goleiro Aymoré Moreira e o médio-direito Zezé Moreira.

A obtenção do tricampeonato estadual – o time já havia vencido em 1932 e 1933 – provava que, naquela época, nossa equipe era a mais completa não só do Estado, mas também de todo o País. Mesmo assim, nenhum palestrino estivera na Seleção Brasileira que, meses antes, disputara a Copa do Mundo da Itália.

O motivo fora uma briga entre a APEA – Associação Paulista de Esportes Atléticos – e a CBD. Esta não aceitava o fim do amadorismo no nosso futebol, enquanto aquela não só o adotara como também, em represália, criara a FBF – Federação Brasileira de Futebol, à qual o Palestra Itália e os demais clubes de São Paulo se filiaram.

Esta disputa política fez com que nenhum jogador vinculado a um time paulista defendesse a nossa Seleção. Se pudesse ter contado com nossos atletas, o técnico Luiz Vinhaes teria convocado, com toda a certeza, vários deles: os irmãos Moreira, os zagueiros Carneira e Junqueira, o meia Lara e, claro, o centroavante Romeu Pellicciari. Ou seja: mais de meio time.

Aliás, o então presidente do alviverde, Dante Delmanto, levou todos os atletas do Verdão para sua chácara e os escondeu de Carlito Rocha, delegado, árbitro e representante da CBD, cuja missão era convencer os paulistas a se integrarem à Seleção Brasileira. A tática deu certo, mas após a ridícula participação do Brasil na Copa do Mundo da Itália – perdeu o único jogo que disputou, por3 a1, para a Espanha, em Gênova -, muitas pessoas se revoltaram e algumas delas chegaram a apedrejar a sede palestrina, responsabilizando nosso clube pelo vexame em terra italianas.

Passada toda a confusão, as atenções novamente se voltaram ao Paulistão, o qual vencemos com todos os méritos. 

          Confira a ficha técnica da histórica partida que garantiu o único tricampeonato paulista que o Verdão tem até hoje.

Competição: Campeonato Paulista/1934
Jogo: Paulista da Capital/SP 1 x 3 Palestra Itália
Data: 26/08/1934 – Horário: 16h00
Local: Estádio da Rua da Mooca, em São Paulo/SP
Árbitro: Victor Carratu/SP
Gols: Gabardo aos 5, Gutierrez aos 12, Lara aos 19 e Zuta aos 32 minutos do segundo tempo

Equipes

Paulista da Capital/SP – Rossetti; Pinheiro e Pedro; Antunes, Del Popolo e Atílio; Guilherme, Zuta, Heitor, Del Vecchio e Jaime.

Palestra Itália/SP – Aymoré Moreira; Carneira e Junqueira; Zezé Moreira, Dula e Tuffy; Álvaro, Gabardo, Romeu Pellicciari (Gutierrez), Lara e Vicente.
Técnico: Humberto Cabelli.

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