Neste capítulo, em que finalizamos as doces lembranças de 1933, chegou a vez de lembrarmos o dia em que o Palestra Itália conquistou dois títulos na mesma partida, algo que poderia estar até mesmo no Guiness Book, o livro dos recordes mundiais.
Todo torcedor já se cansou de ouvir que o apertado calendário é um dos maiores problemas do futebol brasileiro. Jogando quase sempre duas vezes por semana, nossas equipes não têm tempo para treinar, seus jogadores vivem apresentando lesões musculares e o resultado, quase sempre, é um rendimento bem abaixo do previsto. Contudo, isso não é de agora. Já em 1933, por exemplo, tivemos um seríssimo problema de falta de datas, que aliás originou um dos maiores – se não o maior – absurdo da história da bola nacional.
A fim de comemorar o advento do profissionalismo, a CBD organizou o I Torneio Rio-São Paulo. Porém, com o Campeonato Paulista em pleno andamento, não havia como encaixar entre as duas competições mais jogos envolvendo os times do Estado. A solução foi considerar os resultados obtidos pelas equipes no Paulistão válidos também pelo interestadual (!!!???).
Tal fato seria, hoje, algo tão ridículo que até mesmo as autoridades que dirigem o nosso futebol, sempre tão adeptas a regulamentos estapafúrdios, não seriam capazes de criar. Além disso, a FIFA jamais permitiria este tipo de situação. Mas, na época, tudo foi encarado com a maior tranquilidade, para sorte do nosso Palestra Itália.
Com uma ótima equipe que detinha, então, os títulos Paulista e da Taça Competência do ano anterior, o alviverde deu um verdadeiro passeio em ambas as competições: foram 14 jogos, 12 vitórias, 1 empate e apenas 1 derrota (48/13 gols) no Campeonato Estadual e 10 jogos, 7 vitórias, 1 empate e 2 derrotas (29/13 gols) na competição interestadual Rio-São Paulo.
Este desempenho deixou o alviverde numa situação privilegiada e inédita naquele 12 de novembro de 1933: numa partida contra o São Paulo da Floresta, a vitória valeria as duas taças. Foi uma doce coincidência, é verdade, mas que ganhou um sabor ainda mais especial quando o ponta-direita Avelino, aos 24 minutos do segundo tempo, fez o único gol daquele jogo, garantindo de uma só vez o bicampeonato paulista e o troféu do Rio-São Paulo.
Só mesmo um gigante do futebol pode se dar à honra de ter se sagrado campeão duas vezes… No mesmo dia!
Confira a ficha técnica da histórica partida:
Competição: Campeonato Paulista e Torneio Rio-São Paulo/1933
Jogo: Palestra Itália 1 x 0 São Paulo da Floresta/SP
Data: 12/11/1933 – Horário: 16h00
Local: Estádio do Parque Antarctica, em São Paulo/SP
Árbitro: Alzemiro Ballio/SP
Gol: Avelino aos 24 minutos do segundo tempo
Equipes
Nascimento; Carnera e Junqueira; Tunga, Dula e Tuffy; Avelino, Gabardo, Romeu Pellicciari, Lara e Luís Imparato.
Técnico: Humberto Cabelli.
José; Sílvio e Iracino; Rafa, Zarzur e Orozimbo; Luizinho, Amandinho (Friedenreich), Valdemar de Brito, Arakén Patuska e Hércules.
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16/01/2016 at 17:05
Lendo as IV partes dos posts “COMO PODERÍAMOS ESQUECER” eu fico cada vez mais com a certeza que Junqueira e Romeu Pellicciari estão entre os maiores jogadores da história do Palmeiras !
Oberdan, Djalma Santos, Luis Pereira, Waldemar Fíume,Junqueira, Dudu, Ademir da Guia (o maior de todos), Jair Rosa Pinto, Julinho, Heitor e Romeu Pellicciari.
Que me perdoe o Geraldo Scoto e o Rodrigues (eu sei que você prefere estes dois espetaculares jogadores).
Tudo bem, Marcio, que eu não escalei lateral esquerdo nem ponta esquerdo, mas no mínimo Junqueira e Romeu estão entre os 11 maiores MITOS da história MONUMENTAL deste GIGANTE chamado e AMADO Palmeiras !
Mais uma vez, parabéns pelas maravilhosas matérias sobre o Palmeiras.
Tomara que em toda a mídia Palestrina só tivesse post com a qualidade do seu trabalho, bem como o respeito que nós torcedores temos um pelos outros que aqui mandam mensagens (isto devido a sua atuação, sempre exigindo respeito e dignidade de quem manda as mensagens) diferente dos outros sites que são um Festival de ofensas entre torcedores e desrespeito com a Instituição chamada Sociedade Esportiva Palmeiras.
18/01/2016 at 15:51
Olá, Jair.
Na verdade, são dois fatos distintos.
O primeiro é escolher o melhor Palmeiras de todos os tempos. Neste caso, você precisa optar por um esquema tático (o meu é o 4-3-3) e escolher os jogadores que formarão a equipe.
O segundo é escolher os 11 melhores jogadores do Palmeiras (ou os 11 maiores ídolos do Palmeiras). Neste caso, podem integrar esta seleção jogadores da mesma posição.
Em relação aos elogios, agradeço-os, emocionado. E a partir de amanhã, com o Verdão de novo em campo, voltarão as crônicas e análises pós-jogo.
Muito obrigado e abraços.