O sonho da casa própria não é inerente aos dias de hoje. Na verdade, morar sob um teto que lhe pertencesse sempre foi o maior objetivo de todo e qualquer ser humano. Não à toa, o Palestra Itália já sentia falta de um campo onde pudesse mandar suas partidas sem ter que pagar pelo aluguel.
Como se sabe, o Parque da Antarctica Paulista sempre foi o local preferido pelos palestrinos. Contudo, não lhes pertencia. Assim, jogávamos desde amistosos até partidas decisivas num estádio que até parecia ser nosso, mas que na verdade nada mais era do que um imóvel locado aos primeiros dirigentes do nosso amado clube.
Por isso, mesmo com apenas pouco mais de quatro anos de vida, o Palestra Itália chegou à conclusão de que já era hora de sua torcida ter seu próprio canto. Afinal, o aumento do público em jogos do time era visível e impressionante. A cada rodada, crescia o número de simpatizantes do time dos italianos e, vale lembrar, inclusive entre aqueles que não possuíam cidadania ou mesmo ascendência italiana. Eram poucos, claro, os palestrinos da época cuja origem não era europeia, mas eles já existiam.
Uma outra razão que fez com que a diretoria alviverde decidisse pela aquisição de um campo próprio foi o espaço que a equipe passou a ocupar no cenário futebolístico nacional. Era impossível não notar que o time chegara para ficar e fazer história.
Por exemplo: em abril de 1919, a Seleção Brasileira contou pela primeira vez com atletas palestrinos, e foram logo três os convocados: o zagueiro Bianco, o médio-central Picagli e o centroavante Heitor fizeram parte do selecionado nacional que, naquele ano, disputou e venceu o Campeonato Sul-Americano, disputado no então maior estádio do Brasil: o das Laranjeiras, no Rio de Janeiro/RJ. Por sinal, Bianco foi eleito o melhor jogador do Continente após o término da competição.
Antes, porém, de contarmos como se deu a compra do Parque Antarctica, será necessário que façamos um breve resumo da história do local, o que acontecerá em nosso próximo encontro.
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