Craque na melhor concepção da palavra, meia marcou época no Verdão mesmo ganhando só um título…
A história de um clube é feita, também, pela história de seus grandes ídolos, e falar sobre a trajetória de nossos maiores craques se torna missão fácil demais quando sua atuação se deu em momentos repletos de conquistas. Entretanto, quando o craque em questão atuou em tempos de vacas magras, muito maior é o desafio.
E é pensando exatamente desta forma que aproveito para lembrar Humberto Tozzi. É certo que, nos anos 50, época em que ele desfilou todo o seu talento pelo Verdão, goleadas eram algo corriqueiro em nosso País, pois que o futebol jogado era todo ofensivo. Mas, para alguém que não fora um centroavante, e sim um meia, fazer exatos 129 gols em 135 jogos é uma marca, no mínimo, impressionante. Na média, Tozzi tem o melhor desempenho dentre todos os jogadores palmeirenses em todos os tempos: incríveis 0.95 gol por jogo disputado!
Era difícil não se encantar com a elegância que Tozzi imprimia ao seu jogo. Dono de muita habilidade e de um chute preciso, ele também sabia jogar no estilo trombador. No Palmeiras, formou uma linha de ataque que, embora não vencedora, foi também inesquecível e contou com Liminha, Ney, Jair Rosa Pinto e Rodrigues Tatu.
Mas o começo de tudo para o carioca Humberto foi o São Cristóvão, time suburbano do Rio de Janeiro/RJ. Foi lá que ele deu seus primeiros passos, em 1952, e já chamou a atenção para suas qualidades. Tanto que foi um dos jogadores convocados pelo técnico Newton Cardoso para a Seleção Brasileira que disputou os Jogos Olímpicos de Helsinque, na Finlândia, naquele mesmo ano.
Após ser um dos destaques brasileiros, Humberto Tozzi foi contratado pelo Palmeiras. No Parque Antártica, o jogador se consagrou em meio a tantos craques. Aproveitando-se dos lançamentos primorosos de Jair Rosa Pinto, ele se cansou de marcar gols. Em 1953, foi artilheiro do Campeonato Paulista com 22 gols. Mas o sucesso estrondoso viria mesmo no ano seguinte: ele repetiu a dose no Paulistão, marcou 36 vezes e inscreveu seu nome como o maior artilheiro do alviverde em uma única edição do torneio regional até então. Não foi à toa, portanto, a sua convocação para a Copa do Mundo de 1954.
No Mundial da Suíça, Tozzi participou de apenas uma partida, justamente a que representou a eliminação da Seleção, contra a Hungria. Ele foi escalado como titular desde o início, mas não pôde evitar a derrota brasileira por 4 a 2. E, pior do que isso, acabou sendo expulso de campo.
Incomum era o jogo do Palmeiras em que Humberto Tozzi não marcava, pelo menos, dois gols. Seu recorde, porém, é de quatro numa só partida, ou melhor dizendo, em cinco delas. Isso mesmo: em cinco jogos diferentes, Tozzi marcou quatro gols!
A exposição na Europa durante o Mundial, mesmo diante da má campanha brasileira, despertou o interesse de clubes italianos. Em 1955, a Lazio fez uma proposta para contratá-lo. A princípio, o atleta preferiu ficar no Brasil, mas o assédio não parou e, poucos meses depois, Tozzi desembarcava em Roma, capital da Itália, para defender a alviceleste equipe. No ‘calcio’, o brasileiro também teve uma participação destacada. Foram 32 gols em 92 jogos, além do título da Copa da Itália na temporada 1957/1958.
Em 1960, quatro anos depois de ter deixado o Verdão, Tozzi decidiu voltar ao País. O destino não poderia ser outro que não o Palestra Itália, estádio que o revelara para o futebol mundial e que pertencia ao grande amor de sua vida, o Palmeiras. De volta, foi um dos condutores da equipe ao título da Taça Brasil daquele ano, sua única conquista com a nossa camisa e agora merecidamente elevada à condição de título nacional.
Assim que deixou o Verdão, já sem a mesma força vista anos antes, Humberto Tozzi teve rápidas passagens por Fluminense/RJ e Portuguesa de Desportos/SP e, talvez porque o brilho não fosse mais o mesmo, encerrou prematuramente sua carreira, em 1963, com apenas 29 anos.
Daí em diante, sabe-se lá por que, preferiu isolar-se na capital do Rio de Janeiro, mantendo-se quase que exclusivamente no anonimato. Avesso às entrevistas, aos poucos foi sendo esquecido pela mídia e quando morreu – em 1980, vitimado por um ataque cardíaco -, com somente 46 anos, pouco se noticiou e, até, houve quem perguntasse: “Afinal, quem foi esse Humberto Tozzi?”.
Mas este jornalista e historiador, mesmo sem ter tido a sorte de vê-lo jogar e só tendo lhe conhecido através de recortes em páginas amareladas de jornais, aprendeu muito bem quem ele foi. E o tem em um canto muito especial do seu coração.
Ficha Técnica:
Nome: Humberto Barbosa Tozzi
Data e Local de Nascimento: 04/02/1934, em São João de Meriti/RJ
Data e Local de Falecimento: 17/04/1980, no Rio de Janeiro/RJ
Estreia: 09/09/1953 – Palmeiras 5 x 2 Ypiranga/SP
Despedida: 04/06/1961 – Peñarol/URU 1 x 0 Palmeiras
Jogos: 135
Gols: 129
Título: Campeonato Brasileiro/1960
01/12/2012 at 23:42
por favor, alguem saberia me dizer qual numero da camisa que o Tozzi usou em Palmeiras ou Lazio…??
03/12/2012 at 17:06
Olá, Bruno.
Tozzi usava a camisa 8.
Abs e seja bem-vindo a esta seção.
01/04/2012 at 10:52
Bom Dia torciadores do Palmeiras e me desculpe se o meu portogues nao è perfeito.Fala um torciador da Lazio da Italia,amante do brazil e de esse grande club de vuces que rappresenta muito na historia dos italianos no brazil.Eu li com muita partecipao essi articolo em cima de Humberto Tozzi Barbosa,porque da muito tempo to tentando procura noticias sobra de ele.Meu pai que accompagnava a Lazio da o 1948,me falo que Humberto era umo do giocatores mais exstraordinario que ele viu,e quando falava dele e da soa morte-sobre a que poco se sabe,e quasi nada na Italia-ficava commovido.Agora tando a quinzi dia da o anniversario desse triste facto eu que coloaboro com um programma radiofonico de torciadores da Lazio,gostaria por o 17 abril de falar em cima dele,tentando de saber noticias em cima da vida dele espexialmente depois do seu abandono da actividade,porque a reguardo de isso em Italia se pensava que a te fosse falecido mais o menos nas condiciones de garrincha e esso dava muita tristeza.No 1995 a Lazio fez um torneo no brazil no seu nome ma a gente que ta muito orgugliosa da hostoria centenaria do club tem que descubrir de novo o homen que fez gagna a equipo o primero titulo da soa historia-copa da Italia 1958-.Obrigado por quele que ce poderano dizer de particular sobre esse grande fotbolista.Forza Lazio!Viva o’ Palemiras e Humberto!Ps desculpa se nao è perfeita a grammatica.
01/05/2012 at 3:44
Grazie, Francesco !!
Palmeiras é a nostra ITALIA no BRASIL !!
Orgulho para nós ‘oriundi’ dos imigrantes italianos que fugiram da fome no velho continente no final do século XIX.
Saluti !!
02/05/2012 at 18:51
Olá, Marcelo.
Bem-vindo a esta página. E obrigado por sua mensagem.
Abs.
22/11/2011 at 8:18
Bom dia Márcio, desulpe usar este espaço, mas meu comentário é sobre as notícias no portal Ig. Primeiro falou do sobre o interesse do Palmeiras pelo refugo, de novo do Obina. Ontem sobre uma possível parceria do Palmeiras, hoje falou que como vc dizia o craque do DM- vulgo Lincon, disseram que ele brigou com socos no vestiário do Avaí sábado, também noticiou sobre a demissão de alguns funcionários da acessoria de imprensa e o advogado Cica, será que são eles que vasavam todas as notícias para imprensa e acabavam nos prejudicando?, ou estão só caçando as bruxas. Outra pergunta será que este MK leite vai ser outro a ficar só no DM, pois o cara não joga nunca, olha que já tivesmos frequentadores assíduos, Sorato, Pedrinho, Lincon, Valdivia, Mercenário, e se alguém lembrar pode me cobrar. Quanto a retaliação a Tv Band, já escrevi no seu site mesmo que todos os palestrinos de coração não deveriam mais assistir esta sempre 2ª colocada na audiência, mas fazer o que para quem tem sempre a 2ª maior torcida vai ter sempre a 2ª maior audiencêia. Assistam cartão verde da cultura é o melhor programas esportivo. Um abraços a nação palmeirense.