Depois do puxão de orelhas, palestrinos excursionam pela primeira vez. Mas os resultados não foram nada bons…
Como dissemos no capítulo anterior, a APEA resolveu dar um puxão de orelhas no Palestra Itália devido a mais um abandono no Campeonato Paulista, este na edição de 1924. Para tanto, exigiu que nossa equipe disputasse uma partida classificatória ao certame do ano seguinte.
O objetivo, claro, não era alijar o alviverde do torneio, fato que seria uma grande estupidez. Afinal, mesmo com apenas 10 anos de vida, já éramos grandes, tínhamos uma enorme torcida e nos ombreávamos com os demais clubes de ponta da época. Por todas estas razões, a entidade que comandava o futebol bandeirante definiu que o jogo seria contra o Independência, apenas o campeão varzeano da Cidade de São Paulo.
Evidentemente, o Palestra Itália passeou no Campo do Floresta naquela tarde de domingo, 8 de fevereiro de 1925. O placar final – 8 a 1 – espelhou bem a diferença técnica entre ambas as equipes.
Antes, porém, de disputar o Paulistão, o Palestra Itália viveu momentos de muita expectativa e ansiedade: pela primeira vez, nossa equipe se apresentaria fora do território nacional. A primeira excursão teve jogos no Uruguai e na Argentina e, visando fazer um bom papel, nossa diretoria conseguiu alguns jogadores por empréstimo. Ao todo, cinco atletas reforçaram a equipe: o goleiro Tuffy, do Sírio; o médio-direito Brasileiro, do Brás Atlético, os pontas-esquerdas Tatu, do Taubaté, e Tito, da A. A. Palmeiras e o já sensacional atacante Feitiço, do São Bento da Capital/SP.
Em campos latinos, porém, o desempenho alviverde não foi nada bom. Na estreia, em 8 de março daquele ano, perdemos para a Seleção Uruguaia, em Montevidéu/URU, por 3 a 2. De qualquer forma, vale lembrar os jogadores que participaram do primeiro jogo alviverde em campos estrangeiros: Primo; Bianco e Nigro; Brasileiro, Amílcar e Serafini; Coe, Feitiço, Heitor, Tatu e Tito.
O mesmo Uruguai nos venceu uma semana depois, novamente na capital oriental, por 1 a 0. A terceira partida já foi em Buenos Aires/ARG, diante da Seleção da Argentina, e sofremos mais uma derrota: 3 a 1. Nosso único resultado positivo, se é que podemos considerá-lo desta forma, foi o empate no quarto e último jogo da excursão, novamente contra o selecionado argentino, em 0 a 0.
Para se ter uma ideia da qualidade técnica de Feitiço, basta dizer que, mesmo contando com o maravilhoso Heitor, o Palestra Itália teve todos os três gols que marcou nestes quatro jogos anotados pelo centroavante que, anos mais tarde e já em fim de carreira, voltaria ao nosso clube.
De volta ao Brasil, o sentimento era de tristeza, claro, mas não de total frustração. Afinal, aquelas tinham sido apenas as quatro primeiras partidas do time fora do País, e haviam se tornado um grande aprendizado para todos.
No Paulistão, que foi disputado em apenas um turno devido à realização do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, a campanha palestrina foi bastante aquém da esperada e o time terminou o torneio apenas na quinta colocação.
Obs.: Esta seção será atualizada em 08/10/2011.