Atacante que jogou no Verdão entre 1978 e 1979 parte ao Plano Espiritual aos 61 anos, vítima de insuficiência renal.

O ponta-de-lança Escurinho, destaque e ídolo do Internacional/RS na primeira metade dos anos 70 e que teve uma rápida passagem pelo Palmeiras entre 1978 e 1979, deixou o Plano Físico no fim da noite de ontem, terça-feira, vítima de complicações decorrentes do diabetes e de insuficiência renal. O ex-craque já havia amputado as duas pernas e estava internado em um hospital de Porto alegre/RS.

Que importância pode ter tido um jogador que atuou por tão pouco tempo e não ganhou nenhum título pelo Palmeiras? Aqueles que viram Escurinho em campo nas poucas vezes em que atuou pelo Verdão sabem a resposta, pois também sabem o quão especial era o seu futebol, repleto de toques clássicos e sempre bastante ofensivo.

Sem que se corra nenhum risco de se parecer exagerado, pode-se afirmar que Escurinho foi um dos jogadores com maior currículo que já chegou ao Palmeiras. Afinal, não é qualquer atleta que desembarca em um novo clube trazendo nada menos do que um heptacampeonato regional. Isso mesmo: ele fora campeão gaúcho pelo Internacional nada menos do que sete vezes seguidas – 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1976! De quebra, faturara também “apenas” o bicampeonato brasileiro em 1975 e 1976.

Tal currículo profissional o qualificava como craque e, assim que foi contratado, a torcida palmeirense já começou a imaginar a dupla de meio-campo pra lá de talentosa e ofensiva que viria a fazer com Jorge Mendonça. De fato, ambos jogaram juntos e até relativamente bem mas, por razões que às vezes somente os deuses do futebol parecem capazes de explicar, não brilharam, não “encaixaram”, não “deram a liga”.

Outro problema de Escurinho foi o fato de, mesmo com uma ótima equipe, o Verdão não ter conquistado nenhum título naquele espaço de quase um ano. Vice-campeão brasileiro em 1978, o time nem a isso chegou no Paulistão que o sucedeu e que só foi terminar no ano seguinte. E o atacante, tão acostumado a conquistas, passou em branco no Palestra Itália.

Assim, o único feito de Escurinho com a camisa palmeirense se deu em 10 de agosto de 1978, no primeiro jogo final do Brasileirão, contra o Guarani/SP, no Morumbi. Aos 30 minutos da etapa final, Leão atingiu o centroavante Careca com uma cotovelada na nuca dentro da área. O árbitro Arnaldo César Coelho não só marcou pênalti como também expulsou o goleiro palmeirense. O problema é que o técnico Jorge Vieira já havia feito as duas alterações permitidas na época – Zé Mário no lugar de Marinho Peres e o próprio Escurinho substituíra Sílvio. Daí, quem foi tentar a defesa na cobrança de pênalti foi exatamente o heptacampeão gaúcho e bicampeão brasileiro.

Como se sabe, Escurinho não conseguiu impedir o gol de Zenon, aliás o da vitória bugrina naquela noite. Mas, até o fim daquela partida, praticou importantes defesas e impediu que o placar se tornasse mais elástico.

Desta forma, o site “Senhor Palmeiras”, em nome de toda a coletividade alviverde, presta aqui esta humilde homenagem a um atacante que defendeu o nosso time até mesmo com as mãos.

FICHA TÉCNICA

Nome: Luís Carlos Machado
Data e Local de Nascimento: 21.01.1950, em Porto Alegre/RS
Posição: Ponta-de-Lança
Estreia: 18.03.1978 – Internacional-RS 0 x 2 Palmeiras
Despedida: 04.03.1979 – Santos-SP 1 x 2 Palmeiras
Jogos: 51
Gols: 15