Prata-da-casa, cabeça-de-área teve a responsabilidade de substituir um dos melhores jogadores de nossa história.
Em 1973, o inesquecível Olegário Tolói de Oliveira, mais conhecido como Dudu, contava já 34 anos. E embora ainda não falasse abertamente sobre aposentadoria, o fato é que ela provavelmente não demoraria tanto. Por isso, uma pergunta inquietava a torcida palmeirense: quem seria capaz de substituir o eterno camisa 5, um dos maiores ídolos de toda a história alviverde?
Quem ajudou a responder a esta questão foi outro monstro sagrado, Luís Pereira. Revelado pelo pequeno São Bento/SP, ele continuava a manter boas relações com a equipe sorocabana e, desta forma, descobriu que lá surgia um cabeça-de-área de muita qualidade. Assim que viu o garoto Pires, então com somente 17 anos, o grande “Chevrolet” não teve dúvidas: indicou sua contratação à nossa diretoria.
Desta forma, Pires desembarcou no Parque Antártica ainda com idade para jogar no time Juvenil. Porém, quando Dudu resolveu, de fato, pendurar as chuteiras, já sabia muito bem quem seria o seu substituto. E por ironia do destino, foi justamente o ex-jogador, então já respondendo pelo comando técnico da nossa equipe, o primeiro a dar uma oportunidade na equipe principal àquele ágil, porém excelente marcador vindo do Interior paulista.
A partir de maio de 1976, Pires começou a escrever sua história com a nossa camisa. De cara, já faturou o título paulista. Dois anos mais tarde, sagrou-se campeão e foi um dos destaques na conquista da Copa Kirin. Ainda em 1978, chegou ao vice-campeonato brasileiro e, na edição seguinte desta competição, foi eleito o melhor jogador de sua posição.
Os anos sem que uma taça relevante fosse conquistada, porém, pesaram nas costas do jogador. Até por ser prata-da-casa, Pires foi uma das vítimas preferidas da sempre exigente galera alviverde, fato que ocasionou sua venda, em 1981, ao América/RJ. No futebol carioca, o cabeça-de-área também obteve grande sucesso, sobretudo quando foi adquirido pelo Vasco/RJ, em 1984, e chegou à Seleção Brasileira através do técnico Edu Antunes.
De São Januário, o jogador seguiu para o Bahia/BA, onde faturou o campeonato estadual de 1986 e, em seguida, após rápidas passagens por pequenas equipes paulistas e também de Portugal (país em que esteve de 1986 a 1991), encerrou sua carreira em 1989 no sul-coreano Hyundai.
Hoje aos 55 anos, Pires vive em sua cidade natal, onde trabalha na revelação de novos jogadores.
Ficha Técnica
Nome: José Sebastião Pires Neto
Posição: Cabeça-de-área
Data e Local de Nascimento – 23/02/1956, em Sorocaba/SP
Estreia: 09/05/1976 – Palmeiras 2 x 2 Guarani/SP
Despedida: 16/04/1981 – Sel. Chile 2 x 1 Palmeiras
Jogos: 295
Gols: 9
Títulos Expressivos: Paulistão/76, Copa Kirin/78
Obs.: Esta seção será atualizada em 13/09/2010.