MINISTRINHO: ENTRE IDAS E VIDAS, SEMPRE VERDAO

Ponta-direita e craque do começo do Séc. XX defendeu o Palestra/Palmeiras em três oportunidades distintas.

Existem jogadores que ganham o carinho eterno dos torcedores pelo futebol que jogam, os gols que marcam (ou que não deixam marcar), as taças que levantam.

Existem outros, porém, que mesmo sem conseguirem nada disso também recebem um lugar no coração da galera devido ao amor que demonstram pelo clube. E até existem outros – poucos, é verdade – que desfrutam de idêntica condição pelos dois motivos.

Este é o caso do sapateiro Pedro Sernagiotto. Descoberto nos campos de várzea que existiam nas proximidades da Rua Augusta, em São Paulo/SP, no começo do século passado, foi convidado para um teste no Palestra Itália e, dias depois, já estreava pelo time principal às vésperas de completar 18 anos, algo absolutamente extraordinário para a época.

E, de cara, ganhou o apelido que o consagraria durante toda a carreira: Ministrinho. Segundo quem o dera, o então diretor Ítalo Bossetto, seu estilo se assemelhava a Giovanni del Ministro, antigo ídolo palestrino que atuava com o sobrenome.

Eleito o mais popular jogador paulista em 1929 em pleito realizado com torcedores de todos os clubes da Cidade, Ministrinho não demorou para chamar a atenção de grandes times europeus, tornando-se desta forma um dos primeiros brasileiros a jogar no futebol europeu.

Em 1931, seguiu para a Itália e, por engano, assinou dois contratos – um com o Torino e outro com a Juventus locais. Ficou um ano suspenso, mas em seguida pôde defender a “Vecchia Signora” e se sagrar bicampeão italiano.

Em 1934, retornou ao Palestra Itália, clube do seu coração mas, pouco depois, aceitou um convite da Portuguesa Desp./SP. Em 1936, transferiu-se para o recém-criado São Paulo FC, clube que defendeu até 1941, quando decidiu mais uma vez retornar ao alviverde. Sorte nossa e também dele: na temporada seguinte, sagrou-se campeão paulista pelo Verdão, tendo sido este seu único título pelo nosso clube.

Assim que encerrou sua carreira, Ministrinho reabriu a sapataria e investiu o dinheiro que ganhou com o futebol em um posto de gasolina. E sempre que era procurado por algum jornalista interessado em saber como vivia o grande ídolo do passado, tinha sempre uma resposta pronta na ponta da língua: “Sigo fazendo o que sempre fiz: torcer pelo Palmeiras”.

O craque faleceu em 1965, com apenas 56 anos.

Ficha Técnica

Nome: Pedro Sernagiotto
Posição: Ponta-direita
Data e Local de Nascimento: 17/11/1908, em São Paulo/SP
Data e Local de Falecimento: 05/04/1965, em São Paulo/SP
Estreia: 13/11/1927 – Americano de São Roque/SP 2 x 6 Palestra Itália
Despedida: 14/10/1943 – Vasco da Gama/RJ 2 x 1 Palmeiras
Jogos: 118
Gols: 42
Título Expressivo: Paulistão/1942

Obs.: Esta seção será atualizada em 28/06/2010.

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